Oruam é classificado com alto grau de periculosidade ao ingressar no sistema prisional 

Ainda no mesmo documento consta a foto de ingresso no sistema prisional, em que o rapper aparece com os cabelos tingidos de vermelho, além do casaco que usava ao se apresentar na Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, na noite desta terça (22).

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, 25, conhecido como Oruam, foi classificado com grau alto de periculosidade – o segundo nível em uma escala de quatro. A classificação consta na guia de recolhimento da Polinter, da Polícia Civil, unidade responsável pelo registro da sua prisão.

Ainda no mesmo documento consta a foto de ingresso no sistema prisional, em que o rapper aparece com os cabelos tingidos de vermelho, além do casaco que usava ao se apresentar na Cidade da Polícia, na zona norte da cidade, na noite desta terça (22).

Nesta quarta-feira (23), a Justiça manteve a prisão do artista em audiência de custódia. A defesa não apresentou pedidos, alegando que devem ser feitos ao juiz do caso.

No exame de corpo de delito, Oruam negou agressões, tortura ou tratamento cruel por parte dos policiais. Em relação a uma escoriação na palma de uma das mãos, afirmou que se machucou ao fugir dos agentes, na noite de segunda-feira (21), ao cair no chão. O exame foi acompanhado pelo seu advogado, Adalberto Santos Pereira. Procurada, a equipe de defesa de Oruam disse que irá enviar uma nota a respeito.

Após o término da audiência, na qual Oruam permaneceu algemado, o artista foi levado de volta para Bangu 3, presídio destinado aos presos do Comando Vermelho.

No sistema penitenciário fluminense os internos são separados de acordo com a facção que tem influência sobre a região de origem do custodiado ou com suas alianças criminosas para evitar confrontos. Há cadeias diferentes designadas para Comando Vermelho, TPC (Terceiro Comando Puro), ADA (Amigos dos Amigos) e para milicianos, por exemplo.

Nessa unidade ficam custodiados os presos com alta periculosidade do Comando Vermelho, como os chefes My Thor, Criam de Belford Roxo, Léo Barrão, Choque e Naldinho. Todos são da mesma geração do tráfico do pai de Oruam, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, considerado pela polícia líder da facção e preso em presídio federal.

Ao se entregar, o músico pediu desculpas. “Só pedir desculpa mesmo. Dizer que eu amo muito meus fãs. Eu vou dar volta por cima, tropa. Estou com Deus e tá tranquilão. Sou forte!”, afirmou após chegar à Cidade da Polícia.

COMO FOI A PRISÃO
A prisão preventiva de Oruam foi decretada após ele ser indiciado sob suspeita de atacar policiais e facilitar a fuga de um suspeito de roubo de carros.

Segundo a Polícia Civil, o episódio ocorreu na noite de segunda-feira, na residência do artista, no Joá, zona oeste da capital.

Agentes da DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) monitoravam o jovem suspeito de roubo que estava no local. Quando ele deixou a casa e foi abordado do lado de fora, Oruam teria incitado ataques a policiais, usando pedras, segundo os relatos dos agentes.

Ainda de acordo os depoimentos dos policiais, o rapper também teria arremessado pedras e paralelepípedos, danificado a viatura e ferido levemente um policial. Além disso, Oruam teria ameaçado o delegado Moyses Santana, titular da DRE, mencionando ser filho de Marcinho VP.

“A equipe permaneceu em monitoramento com viatura descaracterizada. No momento em que o alvo saiu da residência com outras quatro pessoas, foi abordado, sendo apreendidos um celular e um cordão”, informou a polícia.Durante a abordagem, segundo os agentes, oito pessoas surgiram na varanda da casa e iniciaram os ataques. Oruam teria reconhecido o delegado Santana e passado a insultá-lo.

FONTE: NOTICIAS AO MINUTO