O legado de Gandhi no Dia Internacional da Não-Violência 

Mais do que uma data no calendário, a iniciativa busca promover uma cultura de paz, tolerância, respeito e diálogo

- Foto Capa: Ilustração de Mahatma Gandhi / Reprodução: Internet

Por Beatriz Saramago

Dia Internacional da Não-Violência, celebrado no dia 2 de outubro, foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2007 em homenagem ao aniversário de nascimento de Mohandas K. Gandhi, líder indiano que simbolizou a resistência pacífica contra a opressão.  

Mais do que uma data no calendário, a iniciativa busca promover uma cultura de paz, tolerância, respeito e diálogo. A proposta é incentivar que governos e cidadãos escolham caminhos não violentos para resolver conflitos, especialmente diante dos atuais cenários de guerra e tensões globais, promovendo educação, solidariedade e a defesa dos direitos humanos. 

Margaret Bourke-White/Domínio Público

Gandhi, também conhecido como Mahatma (que significa “grande alma”), foi assassinado em janeiro de 1948 por Nathuram Godse, um extremista hindu que se opunha à sua postura conciliatória em relação aos muçulmanos.  

O pacifista cinco vezes indicado – mas nunca premiado – ao Prêmio Nobel da Paz, nasceu em Porbandar, na Índia. Estudou Direito em Londres e trabalhou como advogado na África do Sul, onde iniciou sua luta contra a discriminação racial. 

No seu país de origem, tornou-se a principal figura do movimento de independência contra o domínio britânico. Por meio de marchas, boicotes e manifestações pacíficas, mobilizou milhões de indianos em defesa da liberdade e da justiça social. Defendia também a harmonia entre religiões, a igualdade social e os direitos dos mais pobres.  

(créditos: Em 2013, crianças em Rajkot, no Guzerate, se vestiram como Gandhi para marcar o que seria seu 144º aniversário. / Foto: Rena Effendi / Nat Geo Image Collection)

Em 1989, quando Dalai Lama – líder espiritual do budismo tibetano e, naquele momento, também  a principal autoridade política do Tibete no exílio, reconhecido mundialmente por sua defesa da não-violência – foi vencedor do Nobel, o presidente do comitê afirmou que o prêmio era “em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi”. 

Somente em 2006, o Comitê do Nobel reconheceu publicamente que a ausência de um prêmio a Gandhi foi um dos maiores equívocos da história da instituição.  

FONTE: FACHA EM TODO LUGAR