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A entrada de Sérgio Vidigal no governo de Renato Casagrande representa o movimento mais explícito de uma estratégia política que já vinha sendo articulada nos bastidores. Com o avanço das pesquisas eleitorais e a antecipação das disputas políticas, o núcleo duro do casagrandismo decidiu sair das sombras para consolidar um projeto de poder que visa manter a hegemonia política no Espírito Santo.
Esse núcleo formado por Renato Casagrande, Ricardo Ferraço e Sérgio Vidigal não é uma simples aliança circunstancial, mas a composição de um palanque estratégico, cuidadosamente projetado para garantir a manutenção do grupo no controle político do estado. As pesquisas recentes, que apontam a liderança de outros nomes e a ascensão de novas forças políticas, aceleraram o processo de exposição dessa articulação.
Casagrande, já experiente no jogo político, percebeu a necessidade de criar um ambiente de coesão para enfrentar adversários que ameaçam romper com o modelo estabelecido. Vidigal, com forte presença eleitoral e capacidade de articulação, se torna uma peça-chave nesse tabuleiro, ampliando o espectro político e garantindo musculatura ao projeto de continuidade.
Por sua vez, Ricardo Ferraço, que sempre esteve próximo das decisões estratégicas, surge agora como elemento central na articulação desse palanque. Com uma trajetória consolidada e trânsito fácil entre diferentes setores, Ferraço desempenha um papel importante na tentativa de harmonizar interesses e consolidar um discurso de unidade.
A antecipação desse “descurtinamento” não foi por acaso. O crescimento de adversários e a liderança consolidada de outras candidaturas tornaram inevitável a exposição do núcleo duro, que agora trabalha abertamente para construir uma frente ampla, capaz de sustentar o projeto de continuidade.
O movimento, no entanto, revela mais do que uma simples estratégia eleitoral: expõe o medo real de uma ruptura. A força crescente de novas lideranças, como Lorenzo Pazolini aliada à insatisfação popular com o modelo atual, muito vinculado a Lula, não podemos esquecer que o PSB detém a Vice do PT ,coloca o casagrandismo em um momento decisivo. Resta saber se essa articulação será suficiente para conter o avanço de seus opositores ou se marcará o início do declínio de uma era política no Espírito Santo.