
Os dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE, apontam mudanças significativas no perfil religioso da população do Espírito Santo. A proporção de católicos apostólicos romanos entre os moradores com 10 anos ou mais de idade caiu de 54,2% em 2010 para 47,8% em 2022. No sentido oposto, o número de evangélicos cresceu no período, passando de 32,3% para 35,4%.
Entre os municípios capixabas, Governador Lindenberg se destacou com a maior concentração de católicos (85,8%), enquanto Santa Maria de Jetibá registrou o menor percentual dessa religião (21,4%). Já os evangélicos são maioria justamente em Santa Maria de Jetibá, com 73,5% da população — o que coloca o município como o terceiro do Brasil com maior proporção de evangélicos. Em Governador Lindenberg, por sua vez, apenas 13,4% da população se declarou evangélica.
A pesquisa também revelou padrões quanto ao perfil de gênero e idade. Os únicos grandes grupos religiosos com maioria masculina foram os de pessoas sem religião (57,0%) e os adeptos das tradições indígenas (53,5%). Em todos os demais, as mulheres são maioria.
Em relação à faixa etária, os católicos continuam sendo maioria, especialmente entre os mais velhos. Enquanto apenas 40,6% dos jovens de 10 a 19 anos se declararam católicos, o percentual salta para 64,7% entre os idosos com 80 anos ou mais.
A distribuição por cor/raça também apresenta variações: entre os que se autodeclararam brancos, 55,5% se identificam como católicos, 31,0% como evangélicos e 8,6% afirmaram não ter religião.
Quando o tema é escolaridade, os maiores índices de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais foram registrados entre católicos (5,7%), evangélicos (5,2%) e praticantes de tradições indígenas (5,2%). Em contrapartida, os adeptos de religiões como umbanda e candomblé (2,3%) e outras religiosidades (2,8%) apresentaram as menores taxas.
Os dados do Censo 2022 revelam não apenas mudanças na escolha religiosa da população, mas também conexões importantes com aspectos sociais como idade, gênero, escolaridade e identidade racial.
FONTE: EDUARDO ALENCAR – ES HOJE