Mulher vence processo graças ao ChatGPT e revoluciona uso da IA na justiça

. Ela contava ao chatbot algo curioso: “Destrua meus argumentos”. Ela pedia para o sistema se comportar como um professor de Direito de Harvard e achar os furos em seus textos.

Você recebe uma intimação judicial porque uma dívida não foi paga. Fica desesperada, não sabe como responder e descobre que a solução pode estar em um chatbot. Foi o que aconteceu com Staci Dennett, dona de uma empresa de fitness no estado do Novo México, nos EUA.

Do susto ao plano de ataque

Staci foi acionada judicialmente por uma dívida e procurou uma forma de se defender. No meio da crise, ela decidiu recorrer à inteligência artificial, mais precisamente ao ChatGPT, para auxiliar na sua resposta. Ela contava ao chatbot algo curioso: “Destrua meus argumentos”. Ela pedia para o sistema se comportar como um professor de Direito de Harvard e achar os furos em seus textos.

O resultado? Modelos, rascunhos, variações de argumentos,  Staci usou o ChatGPT para refinar sua defesa até estar confiante. E parece que funcionou: o advogado da outra parte chegou a elogiar sua postura e argumentação, dizendo algo como:

“Se o direito é algo que te interessa, poderia muito bem fazer a profissão”.

Staci conseguiu reduzir mais de US$ 2 mil em relação à dívida original, com a ajuda da IA. É uma vitória parcial, mas simbólica, porque mostra que uma pessoa comum, sem acesso robusto a advogados caros, pode usar tecnologia para equilibrar o jogo.

Essa não é a realidade de todos

Antes de você sair correndo para usar a IA contra uma ação judicial, calma lá. O caso abriu debates. Empresas de tecnologia alertam: não use ferramentas como ChatGPT como substituto de advogado. São para fins informativos, não para decisões legais definitivas. E mais: advogados que usaram IA sem supervisão enfrentaram problemas, um caso na Austrália mostrou que citações inventadas por IA levaram a sanções disciplinares.

O que muda com esse exemplo?

  • As IAs estão cada vez mais acessíveis e não apenas para grandes escritórios de advocacia.
  • Pessoa física, empreendedora ou com recursos limitados pode usar IA para melhorar sua argumentação.
  • Mas também: o risco está na confiança excessiva. IA pode alucinar dados jurídicos ou jurisprudência e causar dano se usada sem revisão.

Para onde vai essa tendência?

Estudos recentes indicam que IAs generalistas ainda têm limitação forte quando aplicadas ao direito especializado. Um estudo avaliou modelos jurídicos e constatou que um sistema treinado para a área superou os generalistas. Ou seja: o caso de Staci é inspirador, mas não é garantia de vitória. O cenário jurídico com IA exige supervisão, revisão humana, ética e transparência.

Lição

O uso da IA nessa história mostrou dois lados: a ferramenta pode empoderar, mas não substitui totalmente. Se você está nessa situação, pense: a IA pode te ajudar a estruturar, revisar, simular argumentos. Mas sempre revise, confirme e valide com profissional qualificado.

FONTE: FATOS DESCONHECIDOS