Morte de idoso confundido com abusador: mulher é solta e marido fica preso na Grande BH

Relação consensual teria sido confundida por parentes da mulher como estupro

Os dois suspeitos de matar idoso a facadas continuam presos -

Duas das quatro pessoas detidas pela Polícia Militar (PM) por envolvimento do assassinato brutal do idoso César Sebastião Gomes, de 61 anos, foram liberadas. A informação foi confirmada à Itatiaia pela Polícia Civil nesta quinta-feira (20), dois dias após o crime registrado em Mateus Leme, na Grande BH. Estão em liberdade a mulher, de 38 anos, e o irmão dela, de 23 anos. O marido, de 47, e o cunhado dele, de 35, foram presos.

Conforme a Polícia Militar (PM), o idoso e a mulher, de 38 anos, foram flagrados por uma filha dela mantendo relações sexuais na casa da família. A criança achou que se tratava de estupro, avisou o pai, que foi ao local com dois cunhados e encontraram os dois nus. O idoso foi agredido e morto a facadas após deixar o local.

“Uma mulher e três homens foram conduzidos e ouvidos por meio da 2ª Central Estadual do Plantão Digital. Após oitivas, foram ratificadas as prisões de dois homens, de 35 e 47 anos, pelo crime de homicídio, que ficaram à disposição da Justiça para as medidas legais cabíveis. Os outros foram liberados. A investigação prossegue visando a completa elucidação do crime”, diz nota da PC.

Casal nega

Em entrevista à Itatiaia, o casal, que tem quatro filhos, rebateu as informações do Boletim de Ocorrência (BO), afirmando, por exemplo, não conhecer a vítima e sequer ter ocorrido relação sexual. O marido disse ainda confiar na esposa e descarta uma separação. “Se eu não peguei nada disso, vou largar minha esposa pra quê?”, questionou o homem.

O homem alega que trabalha de segunda a segunda para sustentar as crianças, todas menores de idade. “Eu nem sei quem é esse César, nunca vi. Tava lá dentro de casa com meus meninos, os policiais chegaram adentrando na minha residência sem bater, sem chamar, sem nada. Depois me tiraram para fora e me algemaram. Foi só”.

A mulher também rebate as informações, mas disse que viu César pela primeira vez em um bar na noite do crime, quando o idoso teria pedido para ela pagar uma dose de cachaça.

“Fui à mercearia comprar arroz, aí ele foi e falou assim: ‘você paga uma pinga para mim?’ Eu paguei a pinga para ele. Depois disso, não vi mais”. Ao ser confrontada com a informação do BO sobre uma possível relação sexual, ela foi categórica: “Eu não tive relação sexual com ele, não. Eu nem conheço ele. Tem pouco tempo que eu moro no bairro, tem um mês e 15 dias”, disse a mulher, que ainda minimizou a possível fala da filha.

“Não teve isso, não. Tem hora que não pode dar nem muito ouvido para o que meus meninos falam. Eu não conheço esse moço e tava todo mundo lá em casa. Quem tava lá em casa eram meus irmãos, meus meninos. O pai dos meus meninos tava trabalhando”, disse.

PM confirma

O sargento Madeira Júnior, da 7ª Cia Independente, confirmou as informações do BO, inclusive sobre o aviso do suposto abuso da criança para o pai. “A menina sai e fala que a mãe tava sendo abusada e a mãe fala que tava sendo estuprada. Após o fato, depois do homicídio consumado e tudo mais, ela fala para o marido que não tinha sido estupro, que tinha sido consensual”, disse o militar, que explicou como o idoso foi morto. “Ele tomou um soco no queixo que quebrou a mandíbula e foram desferidos 10 golpes de faca na região peitoral”.