Moradores do distrito de Burarama, em Cachoeiro de Itapemirim (ES), iniciaram um abaixo-assinado solicitando investigação sobre a construção de uma barragem no Córrego Ribeirão Floresta, citando “graves irregularidades” técnicas, ambientais e trabalhistas. Até esta segunda-feira (29), o documento contava com 698 assinaturas.

A obra, conduzida pela Zambeline Engenharia Ltda. sob contrato com a Secretaria de Estado da Agricultura (Seag), começou em 2022, foi paralisada e retomada em 2024, com custo atual de R$ 1,4 milhão. O projeto prevê barragem com 1,43 hectares de área alagada e capacidade de 25 mil metros cúbicos de água, visando reduzir impactos da estiagem na região.

Entre as denúncias, moradores apontam fundações inadequadas, risco de rompimento, impactos ambientais em rios e cachoeiras, e trabalhadores em condições precárias, incluindo salários atrasados, moradias inadequadas e acidentes sem atendimento.

O Ministério Público do Estado (MPES) mantém inquérito civil sobre a obra, analisando licenciamento ambiental, regularidade da contratação e participação da comunidade. A Seag afirma que a barragem é fiscalizada e segue normas técnicas, e que os atrasos ocorreram devido a chuvas acima do esperado. A Prefeitura local confirma que a obra está licenciada, mas não houve audiências públicas com a população.