
O ano de 2026 deve marcar uma fase de transformações importantes para os Microempreendedores Individuais (MEIs). Entre projetos que avançam no Congresso e a fase inicial da Reforma Tributária, o regime simplificado pode passar por mudanças significativas que afetam faturamento, impostos e emissão de notas fiscais.
1. Aumento do limite de faturamento
A principal expectativa para 2026 é a ampliação do teto anual de faturamento do MEI. Hoje limitado a R$ 81 mil, propostas em discussão preveem a elevação para valores entre R$ 140 mil e R$ 150 mil.
Caso aprovado, o novo teto permitirá que mais empreendedores permaneçam no regime e continuem acessando benefícios como carga tributária reduzida e cobertura previdenciária.
Há também a previsão de correção anual pelo IPCA, evitando que o limite fique defasado com a inflação.
Até a aprovação final, porém, o teto oficial segue em R$ 81 mil.
2. Reforma Tributária muda a composição do DAS
Em 2026 começa a fase de transição da Reforma Tributária, e o MEI passará a ter ajustes na Guia DAS.
A guia deverá incluir contribuições simbólicas dos novos tributos unificados:
- CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços (0,9%)
- IBS – Imposto sobre Bens e Serviços (0,1%)
- INSS – 5% sobre o salário mínimo, que será atualizado em 2026
Com esses ajustes e o novo valor do salário mínimo, a guia mensal deve ficar entre R$ 80 e R$ 90, dependendo da regulamentação final.
3. Nota Fiscal Eletrônica com novos campos
A Reforma Tributária também trará mudanças nas notas fiscais emitidas pelo MEI.
As NF-es e NFS-es devem passar a exibir campos específicos para IBS e CBS, mesmo que o recolhimento continue concentrado na guia DAS.
Essas informações serão importantes principalmente para os clientes Pessoa Jurídica, que poderão gerar créditos tributários, aumentando a competitividade do MEI no mercado corporativo.
A emissão da NFS-e Nacional continua obrigatória.
4. Criação do “Nanoempreendedor”
Tramita no Congresso a proposta de criação da categoria Nanoempreendedor, destinada a negócios com faturamento anual menor, possivelmente até R$ 40,5 mil.
A nova categoria deve oferecer:
- carga tributária ainda mais baixa
- menos obrigações acessórias
- possibilidade de isenção total de CBS e IBS
O MEI segue existindo normalmente, mas o nanoempreendedor pretende facilitar a formalização de negócios de muito pequeno porte.
5. Regra da soma de receitas do CPF e do CNPJ
Já em vigor, a nova regra que soma a receita do CNPJ do MEI com a renda do titular como Pessoa Física deve ganhar destaque na Declaração Anual de 2026.
A partir de agora, entram na soma:
- faturamento do MEI
- rendimentos como autônomo
- serviços prestados no CPF
- outras receitas do titular
Se a soma ultrapassar o limite permitido, o empreendedor poderá ser desenquadrado e terá de migrar para outra categoria, com cobrança de impostos retroativos.
Exemplo:
MEI fatura R$ 70 mil e o titular recebe R$ 30 mil no CPF → total de R$ 100 mil → ultrapassa o limite → desenquadramento.
Atenção ao planejamento
O pacote de mudanças previsto para 2026 traz oportunidades importantes para quem pretende expandir o negócio, especialmente com a possibilidade de um novo teto mais alto.
Por outro lado, a Reforma Tributária e a regra da soma de receitas exigem organização para evitar desenquadramentos e manter os benefícios do MEI.
