Médica cria esquema complexo com empresas e associação para controle da saúde e driblar fiscalização
Médica Jackeline Pin usa empresas de fachada e até associação para driblar fiscalização no Espírito Santo
08/08/2025, 00h48
A médica Jackeline Comarella Pim, diretora-presidente do Hospital Padre Olívio, em Vargem Alta (ES), está no centro de uma teia de irregularidades administrativas na área da saúde que ultrapassam os limites da legalidade.
Através da criação e uso de empresas de fachada, além de uma associação com sede dentro do próprio hospital que ela administrava em Cachoeiro de Itapemirim, Jackeline criou um modelo para evitar fiscalização e manter controle sobre diversos serviços.
Uma das peças centrais desse esquema foi a locação de quatro andares da policlínica de Cachoeiro de Itapemirim por meio da Associação Nacional de Apoio ao Ensino, Saúde e Políticas Públicas de Desenvolvimento (ANAESP), entidade que serve como fachada para a operação.
Funcionários sem registro formal e controle manual irregular
O funcionamento do esquema envolve também o uso irregular da mão de obra. Muitos funcionários do Hospital Padre Olívio, especialmente aqueles que não possuíam carteira assinada, eram colocados à disposição da policlínica, trabalhando em jornadas duplas e recebendo salários através das diferentes empresas e associações controladas pela médica.
Documentos internos e depoimentos indicam que havia um controle manual da regulação desses funcionários, prática que escapa aos padrões legais e dificulta a fiscalização efetiva. Funcionários que tentaram reclamar da ausência de vínculo empregatício foram ignorados e não tiveram suas demandas atendidas.
Mecanismos para se manter fora dos holofotes
Para se blindar de eventuais investigações, Jackeline se valia de prepostos, diretores clínicos que respondiam formalmente pelos atos das empresas e associações, enquanto ela mantinha a gestão central e as decisões estratégicas. Essa estrutura permitia que ela permanecesse distante da exposição direta das operações ilegais, tornando o esquema mais difícil de ser desmantelado.
Rastro de irregularidades e atuação em múltiplas regiões
Além das irregularidades em Vargem Alta e Cachoeiro de Itapemirim, a médica possui histórico de empreitadas semelhantes em outras regiões do Espírito Santo e também em São Paulo. O padrão investigado aponta para um modus operandi consolidado, onde fraudes administrativas, controle ilegal de pessoal e empresas de fachada são usadas para burlar fiscalização e garantir controle financeiro.
Controle manual de regulação de funcionários (sem carteira assinada) à disposição da policlínica em Cachoeiro-ES
UM DOS FUNCIONÁRIOS RECLAMANDO VÍNCULO E SENDO IGNORADO
USO DO PADRE OLÍVIO
Com uma teia funcional com origem no hospital Padre Olívio, funcionários de lá eram obrigados a servir na policlínica, em Cachoeiro-ES, principalmente os sem carteiras assinadas que recebiam por todos os empreendimentos da gestora. A médica se blitava para não aparecer, por isso se valia de prepostos (diretores e diretoras clínicas que respondiam pelos atos desses CNPJs.
Na Policlínica de Cachoeiro, também deixou rastros de irregularidades e abandonou o prédio, entrando em novo litígio.
Lívia Mozer , técnica de enfermagem, atuou como representante terceirizada da Ideal Saúde, emitindo contratos para o padre Olívia, e é apontada como laranja da empresa quando ainda era Ideal LTDA
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