
Com a popularização das redes sociais, muitos usuários se deparam diariamente com informações sobre saúde, dietas e tratamentos. Embora algumas fontes sejam confiáveis, o volume de desinformação é preocupante. De falsas curas milagrosas a dietas sem embasamento científico, os boatos proliferam rapidamente, causando confusão e até riscos à saúde. Para combater essa avalanche de informações duvidosas, a endocrinologista Gisele Lorenzoni esclarece alguns conteúdos mais compartilhados na internet, trazendo luz às verdades baseadas em ciência.
Entre as fake news mais absurdas que circulam pelas redes sociais está a alegação de que parasitas podem causar diabetes. Esse mito, sem qualquer fundamento científico, é frequentemente compartilhado em vídeos e postagens alarmistas. “Não existe nenhuma evidência científica que ligue parasitas ao desenvolvimento do diabetes. O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca as células do pâncreas, e o tipo 2 é amplamente relacionado à resistência à insulina, obesidade e fatores genéticos. Nenhum parasita tem papel nessa doença,” afirma a médica.
Outro mito comum nas redes sociais é a ideia de que, após certa idade, é impossível ganhar massa muscular. Essa crença tem feito com que muitos idosos desistam de se exercitar ou acreditem que o envelhecimento os impede de manter uma boa saúde física. “É um equívoco acreditar que idosos não conseguem ganhar massa muscular. Estudos demonstram que, com o treinamento adequado e uma dieta balanceada, pessoas mais velhas podem sim aumentar a massa muscular, melhorar a mobilidade e a qualidade de vida,” explica Lorenzoni.
Outro boato recorrente é a ideia de que a musculação é prejudicial para crianças e adolescentes, levando muitos pais a acreditarem que essas atividades podem inibir o crescimento ou causar lesões. De acordo com a endocrinologista, essa ideia está totalmente ultrapassada. “Com supervisão profissional, a musculação é segura para crianças e adolescentes e pode, inclusive, trazer benefícios, como fortalecimento ósseo e prevenção de obesidade. O importante é que o treino seja adequado à faixa etária e ao desenvolvimento físico do jovem”, esclarece.
Outro mito é o de que carboidratos consumidos à noite são responsáveis pelo ganho de peso. Segundo essa falsa crença, o corpo processaria os carboidratos de forma diferente durante a noite, o que levaria a um aumento de gordura. Gisele Lorenzoni desmente essa alegação: “O que engorda não é o horário em que você come, mas o excesso de calorias. Se você consome mais energia do que gasta, vai ganhar peso, independente do horário. O corpo não tem um ‘relógio’ que transforma carboidratos noturnos em gordura”.
Com a internet inundada de informações sobre saúde, é essencial saber filtrar o que é mito e o que é verdade. Gisele Lorenzoni enfatiza a necessidade de buscar orientação em fontes seguras, como profissionais da saúde e publicações científicas, e desconfiar de promessas milagrosas e teorias sem base científica. “A saúde é um tema sério e qualquer tratamento ou mudança de hábito deve ser feito com orientação profissional. As fake news podem prejudicar gravemente a saúde das pessoas.”