situação fiscal de Marataízes entrou em colapso silencioso. O município fechou 2024 com receita aproximada de R$ 305 milhões, número que sobe para cerca de R$ 330 milhões projetados para 2026.
O problema é que esse crescimento não se traduz em avanço real. A máquina pública continua pesada, lenta e dependente de repasses estaduais e federais.
Enquanto isso, cidades vizinhas como Itapemirim e Piúma modernizam sua gestão, ampliam investimentos e mostram eficiência na aplicação dos recursos.
Marataízes, ao contrário, segue sem rumo, sem planejamento claro e distante do potencial econômico e turístico que poderia impulsionar sua receita e sua posição regional.
Arrecadação estagnada expõe fragilidade estrutural
Marataízes mantém uma arrecadação própria fraca e incapaz de sustentar os custos atuais. Itapemirim, mesmo enfrentando crises políticas históricas, conseguiu ampliar a receita própria com políticas de fiscalização e modernização tributária. Piúma, com território menor e receita inferior, apresenta eficiência na cobrança de tributos e execução de convênios. Marataízes, apesar de maior potencial turístico, arrecada menos proporcionalmente e desperdiça oportunidades de receita com IPTU, ISS e taxas urbanas.
Folha de pagamento estrangula o orçamento
A prefeitura opera no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e mantém uma estrutura administrativa inflada que consome grande parte da receita. Itapemirim reduziu o peso da folha após intervenção e reorganização interna. Piúma trabalha com uma folha proporcionalmente menor e com maior margem para investimento. Marataízes, ao contrário, segue sem coragem para realizar reformas internas e revisão de contratos, o que impede avanços concretos.
Investimentos minguam e obras viram promessa
Marataízes investe pouco e depende de convênios que raramente se materializam em obras concluídas. Itapemirim, mesmo com turbulências políticas, conseguiu executar obras de impacto em mobilidade e infraestrutura. Piúma ampliou investimentos em urbanismo, orla e turismo de experiência. Em Marataízes, as obras se arrastam, promessas se repetem e a população vê pouco resultado prático. A falta de planejamento contínuo deixa a cidade sempre um passo atrás.
Transparência deficiente alimenta suspeitas
O portal da transparência de Marataízes sofre com dados incompletos, atualizações lentas e dificuldade de acesso a contratos e licitações. Itapemirim, pressionado após escândalos anteriores, elevou o padrão de transparência e passou a publicar dados mais completos. Piúma opera com mais regularidade e facilidade de consulta. A opacidade marataizense prejudica o controle social e mina a credibilidade do governo.
Gestão política sem comando e sem entregas
A administração de Marataízes demonstra fragilidade política e baixa capacidade de coordenação entre secretarias. Itapemirim recupera ritmo com uma gestão que tenta reorganizar a máquina. Piúma evolui com planejamento integrado, principalmente na área de infraestrutura urbana e turismo. Marataízes, ao ficar presa em problemas internos e decisões tardias, perde protagonismo e se distancia do potencial turístico e econômico que possui.