
O presidente do Sindicato dos Educadores Técnico-Administrativos em Estabelecimentos de Ensino Particular no Espírito Santo (SindEducação/ES), Leonil Dias da Silva, fez um alerta durante sessão da Assembleia Legislativa realizada ontem (12): mais de 15 mil profissionais da Educação ainda não resgataram cerca de R$ 70 milhões em recursos da previdência privada.
A convite do vice-presidente da Comissão de Educação, deputado estadual Fabrício Gandini (PSD), Leonil usou a Tribuna Popular para denunciar que a seguradora responsável pelo plano estaria dificultando o acesso dos beneficiários ao dinheiro.
Segundo o sindicalista, a Unimed Seguros foi contratada em 2013 para administrar a previdência privada da categoria, que inclui 10 mil educadores técnico-administrativos e 15 mil professores da rede particular. Após 12 anos, quando os trabalhadores começaram a solicitar o resgate, muitos enfrentaram obstáculos.
“É algo preocupante. Foram mais de R$ 160 milhões depositados na conta da Unimed Seguros, e no dia 2 de janeiro deste ano a seguradora deveria liberar os valores aos trabalhadores. No entanto, começaram a criar dificuldades: atendimentos demorados no 0800, aplicativos que não reconhecem a identificação facial, entre outros empecilhos”, criticou Leonil.
Ele informou que, até o momento, foram solicitados 15.676 pedidos de liberação, totalizando R$ 97 milhões. Desses, 14.406 já foram pagos, correspondendo a 92% do montante, o equivalente a R$ 93,2 milhões. No entanto, ainda há milhares de beneficiários que sequer sabem que têm direito ao resgate.
O sindicato estima que há mais de 30 mil CPFs registrados em 41 mil contratos – já que muitos professores possuem mais de um vínculo empregatício. “Muitos desses trabalhadores desconhecem que têm dinheiro a receber. Por isso, nós do SindEducação, junto com o Sinpro (Sindicato dos Professores do Espírito Santo), estamos mobilizados para ajudar na identificação desses valores e garantir que os profissionais recebam o que é seu por direito”, explicou Leonil.
Para orientar os beneficiários, foi criada uma força-tarefa: técnicos-administrativos devem ligar para o número (27) 99735-8900. Já os professores precisam procurar o Sinpro.
VALORIZAÇÃO
O deputado Fabrício Gandini prestou apoio à categoria e cobrou a liberação dos recursos. “Valorizar o profissional da educação é garantir que ele tenha acesso ao que é seu por direito. Não podemos aceitar que, depois de anos de contribuição, esses trabalhadores enfrentem dificuldades para resgatar seus valores”, declarou.
Ele reforçou que o problema afeta milhares de pessoas e suas famílias. “Ainda existem mais de 15 mil profissionais que não receberam simplesmente porque não sabem que têm direito. Em muitos casos, o titular já faleceu e os familiares desconhecem a existência do benefício. Precisamos dar visibilidade a essa situação e garantir que esses R$ 70 milhões cheguem a quem realmente precisa”, concluiu.