
Nesta quarta-feira (18) é celebrado o Dia Mundial do Orgulho Autista. Uma data criada para provocar uma reflexão sobre as pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O objetivo é estimular a inclusão das pessoas com autismo e mudar a visão da sociedade, destacando que essas pessoas têm talentos, habilidades e características únicas que podem e devem ser motivos de orgulho.
A Secretaria da Educação (Sedu) informa que, atualmente, a Rede Estadual de Ensino conta com 4.568 estudantes com diagnóstico do Transtorno do Espectro (TEA).
“Esses estudantes são atendidos no âmbito da Educação Especial, com o suporte de professores especializados e, quando necessário, com a atuação de profissionais de apoio escolar, que auxiliam nas atividades de alimentação, higienização e locomoção”, disse a secretaria.
A Sedu informou que também realiza formações continuadas para os profissionais da educação, disponibiliza materiais pedagógicos acessíveis e investe em recursos de tecnologia assistiva, com o objetivo de promover não só o acesso, mas a permanência, participação e aprendizagem com qualidade para todos os estudantes.
Na rede pública municipal da Serra, onde há 3.857 crianças e estudantes com TEA matriculados, a gerente de Educação Especial, Karolini Pattuzzo, informou que de 2020 a 2025, o município mais que dobrou o número de contratações de professores especialistas na área. Também aumentou o número de salas de recursos de 45 para 71 e planeja implantar outras 35. Para ela, a adoção de políticas de educação especial é benéfica não apenas para o público-alvo, mas também para as outras crianças e estudantes que passam a conviver com as diferenças.
“Quando falamos de uma educação inclusiva, falamos de um contexto em que todos aprendem e convivem com o outro, reconhecendo que ele é diferente, mas que merece respeito. E isso transpõe os muros da escola, fazendo com que nossas crianças sejam adultos melhores no futuro”, destaca a gerente.
Inclusão
A estudante de psicologia Kelly Almada – que é mãe de Ravi, de 3 anos, diagnosticado com autismo desde quando tinha 1 ano e meio – conta que o acolhimento recebido pelo Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Jarbas da Silva Filho, em Colina de Laranjeiras, é muito importante para o desenvolvimento do seu filho. Ela mora na cidade há seis meses e veio do Rio de Janeiro, onde relata ter encontrado algumas dificuldades para a inclusão de Ravi no ambiente educacional.
“Aqui na Serra, eu me senti super abraçada pela equipe do Cmei. Fiquei receosa no início, mas fui muito bem acolhida e hoje vejo que, da faxineira até a diretora, ninguém trata o meu filho de maneira diferente. A equipe da unidade sempre faz questão de incluí-lo nas atividades. Meu filho é muito bem assistido. É algo que deixa o meu dia mais leve porque eu sei que ele está tendo toda a atenção para se desenvolver”, diz.
Para Kelly, todo dia é dia de sentir orgulho do Ravi. E cada pequeno progresso deve ser celebrado. Ela conta que o filho faz terapias e acompanhamentos desde quando tinha um ano e meio. E não foi só a vida de Ravi que mudou. Por causa do filho, ela decidiu estudar psicologia.
“Quero que a vida dele seja funcional, por isso estou fazendo tudo o que posso. Independentemente das diferenças, luto para que meu filho tenha inclusão e possa se orgulhar de quem é perante a sociedade. Se não fosse ele, certamente eu não estaria cursando essa faculdade”, diz.
FONTE: ES HOJE