Há um ditado popular que define bem o senador Magno Malta (PL): “igual área de goleiro, onde passa, não nasce capim.” Tudo o que ele toca, parece murchar. O senador, que já foi uma das vozes mais estridentes da direita evangélica no Brasil, hoje não consegue formar sequer um grupo político coeso. Ele não lidera — quer mandar.
Malta sempre preferiu súditos a aliados. O público evangélico, que um dia o consagrou, se distanciou. Sua antiga identidade como pastor batista se diluiu num sincretismo ideológico e religioso que confunde até seus próprios seguidores. Sua fé virou instrumento de retórica, não de convicção.
Politicamente, o senador se encontra perdido. Não sabe aonde se encaixa, aguardando apenas uma sombra de palanque que possa garantir projeção para sua filha, Maguinha Malta, que sonha com uma candidatura ao Senado. Dinheiro para campanha, é claro, não deve faltar, a velha dobradinha com o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, continua firme.
Mas no Espírito Santo, Magno Malta está distante do topo. Já não figura nem entre as dez maiores lideranças políticas do estado. Tornou-se insípido, repetitivo, sem carisma. E, ao longo da história recente, apoiou todos os ex-presidentes — de Fernando Henrique Cardoso, passando pela Dilma a Bolsonaro — conforme a conveniência do momento. Um verdadeiro camaleão político, cujo lema parece ser apenas um: oportunismo acima de tudo.