
O dia 29 de outubro é o Dia Nacional do Livro. Livro, este objeto mágico que pode trazer no seu interior um mundo de conhecimento, de fantasia, de imaginação. O guardião da história da humanidade, o registro de tudo o quanto o ser humano já fez neste mundão de Deus. O receptáculo de toda a inteligência do homem, até das teorias do que poderá vir a ser o futuro.
E ter o compromisso de escrever semanalmente para vários jornais, pelo Brasil e países de língua portuguesa fez com que vários de meus livros acabassem sendo de crônicas. Isso começou há décadas, quando eu ainda era jovem, e minhas crônicas quase sempre focalizando algum ângulo do assunto que eu considero inesgotável: o livro, seus leitores e seus autores. Escrevo também sobre arte, cultura, cotidiano, mas o livro é um dos temas principais. Porque o livro é um item imensamente importante em nossas vidas.
Há o livro literário, o livro didático, o livro técnico, o livro religioso, etc, e todos eles merecem a nossa atenção. As coisas relacionadas com o livro, como as bibliotecas, as editoras, as livrarias, as escolas, as academias de letras, a televisão, as feiras do livro, as diferentes mídias para abrigar ou veicular as obras literárias, os sebos, as “políticas culturais”, os diferentes públicos a se alcançar, tudo deve ser colocado em discussão.
Criei, então o blog “Crônica do Dia”, para o qual eu teria que escrever uma crônica todos os dias, como o nome indica. O que deu origem a novos livros de crônicas.
Pra que melhor que o livro para tornar a palavra perene? É claro que existem meios digitais, atualmente, existe a internet, mas vai demorar muito tempo até que o livro, como o conhecemos hoje, seja substituído de vez na mão do leitor. Como eu já disse, o livro eletrônico pode e está a conviver harmonicamente com o livro tradicional e não substituirá, tão cedo, o livro impresso em papel.
Por isso, colaborar com jornais, revistas e portais na internet é muito importante, pois propicia um incentivo à produção constante. Em outros tempos, já mantive colunas semanais de crônicas em jornais como Diário Catarinense, A Notícia, Jornal de Joinville, Diários Associados (quanto tempo!), Jornal de Santa Catarina, com crônicas sobre o cotidiano, sobre cultura, sobre música e sobre literatura. Agora, o compromisso é maior, pois são muitos os jornais, em todos os estados brasileiros e em outros países de língua portuguesa.
Com o advento da internet, o retorno do público leitor é instantâneo, a gente recebe e-mails de pessoas dos lugares mais distantes, pois se nosso texto não é lido na edição impressa dos jornais, ele acaba sendo lido na versão digital ou virtual, ainda mais agora que são colocadas no ar as versões impressas em forma de e-book.
Isso me faz lembrar de quando eu escrevia regularmente para os jornais nos anos 70 e oitenta, pois as pessoas escreviam cartas, para mim ou para o jornal, ou me encontravam na rua e me cumprimentavam como se me conhecessem. Lembro de um senhor, dono da loja de aviamento fotográfico da qual eu era cliente, que adorava conversar, depois de ler a coluna, sobre de onde tirei a ideia para aquela crônica ou aquele conto, se era baseada em fatos reais, etc. É esse feed-back que faz com que a gente saiba se estamos no caminho certo.
Tenho conhecido pessoas e feito novos amigos através das crônicas. Compartilhar ideias e provocar reflexão ou discussão pode ser muito gratificante. E isso tudo acaba se transformando em livro. Por isso, viva o livro, vida longa ao livro, qualquer que seja a sua forma.