O líder de uma gangue especializada em furto de carros do modelo Toyota Hilux está sendo procurado pela polícia do Espírito Santo. Felipe da Vitória, conhecido como “Felipinho”, de 29 anos, estaria fornecendo equipamentos e “treinamento” para outros suspeitos cometerem o mesmo crime. Os veículos furtados estariam sendo encaminhados para outros estados e até para o exterior. Até o momento, pelo menos 14 veículos foram roubados.

De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), a equipe da Divisão Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), com apoio do Batalhão de Ações com Cães (Bac) da Polícia Militar (PMES) e do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (NOTaer), realizou, na última quarta-feira (16), uma operação na região de Morrinhos, em Cariacica Sede, para capturar o líder da organização criminosa especializada em furto de veículos e adulteração de placas, conhecida como “Gangue da Hilux”. Seis pessoas já foram capturadas e uma morreu.

O titular da Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), delegado Luiz Gustavo Ximenes, informou que Felipinho atua desde 2024. “Entre os anos de 2021 e 2022, ele foi para o estado do Paraná. Lá ele se especializou nessa prática e voltou para o estado do Espírito Santo para cometer os furtos de Hilux”, comentou.

Luiz Gustavo Ximenes destaca que, para manejo do equipamento, é necessário pelo menos três anos de experiência. “É um equipamento tão complexo que é usado geralmente por chaveiros experientes que possuem mais de três anos de experiência e pessoas que atuam com equipamentos eletrônicos”, explicou.

O delegado ressalta que Felipe da Vitória tem passagem por roubo e tráfico de drogas, e desde que começou a atuar com furtos de veículo do modelo Hilux em específico, ele saiu do tráfico de drogas. “Ele voltou para o estado e agora atua como líder de uma gangue. Já estamos com seis suspeitos presos, acreditamos que a prisão dele vai cessar esse tipo de crime no estado”. 

Alto Luxo

Luiz Gustavo Ximenes relembrou a operação “Alto Luxo” realizada em 2023, onde pelo menos 50 pessoas de uma mesma organização criminosa especializada em furto de veículos de luxo foram presas. Na época, a quadrilha agia como uma pirâmide financeira e a atuação deles era sempre nos aeroportos.

Na ocasião, o grupo chegou a levar sete carros do modelo Toyota Hilux. Em apenas um mês, seis veículos foram furtados, causando um prejuízo de cerca de R$ 300 mil. Em todo país, pelo menos 22 carros foram roubados no estacionamento do Galeão (Rio de Janeiro), 15 em Confins (Minas Gerais) e outras em terminais de São Paulo e Paraná, por exemplo. 
Os prejuízos, em todas as ações, ultrapassam a ordem dos R$ 150 milhões.

Ainda segundo o delegado, a “Gangue da Hilux” não faz parte dessa organização e se trata de outro grupo. “Eles não tem ligação com esse grupo e a forma de atuação é diferente. Nenhum deles atua em aeroportos. Eles furtam carros estacionados em ruas”, detalhou.

De forma breve, Ximenes destacou. “Com uma chave de fenda, eles destravam a porta e, pelo porta luvas ou atrás do volante, terminam o furto com o equipamento. Tudo leva cerca de três a cinco minutos”, comentou.

Luiz Gustavo Ximenes conta que Felipe da Vitória trouxe os equipamentos do Paraná e, além de repassar o equipamento para outras pessoas, ele mostra como fazer. “Ele ensina e além disso dá cobertura durante o furto”.

Prisões

De acordo com o delegado, seis pessoas já estão presas. “Deles, três foram presos em Santa Leopoldina por receptação. Outros dois em João Neiva. Na ocasião, eles estavam em três suspeitos, mas um morreu em confronto com a Polícia Civil, e outro foi preso em Baixo Guandu, durante uma perseguição”, contou.

A Polícia Civil destaca que Felipe da Vitória está com dois mandados de prisão em aberto e pede ajuda da população para encontrá-lo. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.

FONTE: Esthefany Mesquita – ESHOJE