
Nos últimos meses, a pauta da adultização de crianças e adolescentes gerou intenso debate na internet, especialmente após a viralização de um vídeo feito pelo influenciador Felipe Bressanim Pereira, o Felca, que hoje soma mais de 50 milhões de visualizações no YouTube, e aborda o fenômeno, principalmente, no meio digital.
O desenvolvimento infantojuvenil precoce e a exposição a comportamentos e experiências inadequados para os primeiros anos de vida mobilizou parlamentares brasileiros para a criação de leis de proteção à criança e ao adolescente.
Entretanto, a adultização não é um problema novo, e tem um efeito ainda mais pesado nas camadas mais vulneráveis e marginalizadas da população, como a juventude negra. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua 2023, crianças e adolescentes pretos e pardos correspondem a mais da metade (65,2%) da população de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil.
Diante dessa realidade, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio do Núcleo de Proteção aos Direitos da Juventude (NEJU), do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude (CAIJ), do Núcleo de Proteção aos Direitos Humanos (NPDH) e do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), vai realizar o XI Encontro da Juventude Negra com o MPES: Adultização e Desigualdade na Infância e Juventude Negra. O evento será na próxima quinta-feira (23/10), às 13h30, no Auditório da Procuradoria-Geral de Justiça.

A programação vai contar com as palestras “Qual o lugar da infância negra na pauta da adultização?”, ministrada pelo Coordenador Regional do Instituto Equidade.info e Mestre em Relações Étnico-Raciais, João Marcos Bigon; e “A urgência de ser criança: adultização, racismo e desigualdades”, ministrada pela Vice-Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (CRIAD/SEDH), Keila Barbara Ribeiro da Silva; além de rodas de debate mediadas pela Subcoordenadora do NEJU, Promotora de Justiça Jessika Lima da Luz.
O encontro busca promover o diálogo e a reflexão sobre os impactos da adultização e das desigualdades raciais vivenciadas por crianças e jovens negros e negras e é destinado a membros, servidores, estagiários, coletivos, associações e toda sociedade.
As inscrições estão abertas e podem ser realizadas por aqui.
FONTE: MPES