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O estudante Vitor Hugo Ferreira Duarte (foto em destaque), de 14 anos, gritou de dor e pediu por socorro logo após levar mais de 4,5 mil ferroadas de abelhas na Fercal, na última sexta-feira (14/2).
Vitor Hugo foi atacado por um enxame ao buscar uma bola ao lado do Centro de Ensino Fundamental Queima Lençol. Segundo testemunhas, o garoto disse: “Socorro, está queimando! Está doendo muito! Socorro”.
As abelhas cobriram o corpo do adolescente, que levou ferroadas na boca, lábios, ouvido, nariz, olhos, pés e até nas partes intimas.
O adolescente foi salvo pela equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) 3 da Fercal. A agente comunitária de saúde Letícia de Oliveira Araújo, 44, tia de Vitor Hugo, participou do socorro.
“Era desesperador. Eu pedia a Deus que desse uma segunda chance a ele. Pedia mais uma chance para meu sobrinho, para ele poder contar um testemunho de vida, de milagre, de vitória”, contou.
De acordo com Letícia, o primeiro atendimento da UBS foi fundamental para salvar o adolescente. “A equipe estava completa, coesa e uniu forças”, destacou.
A escola fica ao lado da unidade básica. Segundo a agente comunitária, o médico da UBS Madson Rodrigo, 36, participou diretamente do resgate do adolescente no local do ataque. “Ele se colocou no lugar de um pai”, afirmou.
Coberto de abelhas
Ao chegar à escola, Madson esperava socorrer uma vítima com poucas feridas, mas se deparou com um cenário muito mais caótico. Vitor estava em uma ribanceira coberto pelos insetos, pedindo socorro.
A cada tentativa de resgate do estudante, o enxame atacava mais. Testemunhas então colocaram fogo no mato. A fumaça e o calor, porém, deixaram o cenário mais caótico.
“Pelo lugar que a gente desceu na primeira vez não era mais possível por causa do fogo. Achamos uma passagem lateral, vi ele e comecei a chamá-lo. Ele estava tonto pelo ataque e pela fumaça. Ele me viu. Fui em direção a ele e o puxei da nuvem de abelhas”, contou.
Madson não foi ferroado por abelhas durante o resgate. Ao chegar à UBS, Vitor recebeu atendimento imediato. Toda a equipe da atenção primária estava a postos.
Uma hora de socorro
A enfermeira Carine Quadros de Melo, 46, contou que Vitor Hugo chegou à UBS 3 lúcido e caminhando, apesar da dor. O primeiro atendimento levou aproximadamente uma hora.
“Era bem grave. A face dele estava bem inchada. Ele falava que o corpo queimava e que sentia muita sede. A gente fez muita compressa no corpo dele. O atendimento rápido teve total responsabilidade no sucesso do caso”, contou.
“Nesses casos muito graves, quanto mais precoce for atendimento, melhor. Ele ainda tinha muita abelha pelo corpo e ferrões. Ele tinha muita dor. Pedia muita água. Era um quadro de envenenamento”, explicou o médico Madson.
A equipe da atenção primária começou a retirar alguns ferrões, mas priorizou a aplicação de medicações e procedimentos, como aplicação de adrenalina, soro, corticoides e regularização da respiração.
Equipe completa
Carine afirma que o fato da equipe da atenção primária estar completa no horário foi determinante para o tratamento de Vitor Hugo. Profissionais da UBS 1 da Fercal também ajudaram no socorro.
Segundo Carine, se o estudante não tivesse recebido os primeiros socorros na UBS, corria o risco de não sobreviver ao ataque.
Após ter sido estabilizado na UBS, o estudante foi para a unidade de pronto-atendimento (UPA) de Sobradinho e, depois, para um hospital. O estado de saúde de Vitor Hugo apresenta melhoras, mas ainda é delicado.
FONTE: METRÓPOLES