Jornalista denuncia suposto esquema de abastecimento irregular em Marataízes
Um vídeo publicado nas redes sociais pelo jornalista e radialista Max Ladeira trouxe novas acusações contra a administração municipal de Marataízes, no Litoral Sul do Espírito Santo. A denúncia, que já circula nos bastidores políticos e judiciais, envolve possíveis irregularidades no abastecimento da frota oficial da prefeitura.
O escândalo revelado
Segundo o jornalista, uma denúncia anônima protocolada na Câmara de Vereadores afirma que a prefeitura teria direcionado o abastecimento de veículos oficiais para um posto de combustível pertencente ao ex-secretário de Esportes do município. O problema, de acordo com o documento, é que não havia contrato, licitação ou processo administrativo que autorizasse a transação.
Enquanto isso, o município acumulava dívidas com postos que mantinham contratos regulares. A decisão de abastecer justamente em um estabelecimento sem autorização legal teria servido, segundo Ladeira, como uma “manobra para driblar a inadimplência pública”.
Para tentar justificar o ato, a gestão municipal teria recorrido à emissão de documentos retroativos, numa tentativa de dar aparência de legalidade ao processo. O caso incluiu até a transferência estratégica de servidores para participar de uma suposta “Operação Abafa”, que buscava minimizar o escândalo.
Possíveis crimes e omissão do Executivo
A denúncia cita indícios de favorecimento pessoal, prevaricação e encobrimento administrativo, respaldados em dispositivos legais e precedentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Um dos pontos mais delicados, conforme relatado, é que o prefeito teria sido informado sobre a irregularidade, mas não tomou nenhuma providência. Caso essa omissão seja comprovada, pode configurar ato de improbidade administrativa, com repercussões graves na esfera política e jurídica.
Câmara sob pressão
Outro foco das críticas do jornalista foi a Câmara Municipal de Marataízes, especialmente o presidente Erimar Leskeves, acusado de se omitir ao não pautar o assunto. Para Ladeira, o “silêncio ensurdecedor” do Legislativo compromete o papel fiscalizador dos vereadores e sugere a existência de interesses ocultos que podem estar influenciando a inércia institucional.
Ministério Público na linha de frente
A denúncia também já teria chegado ao Ministério Público Estadual (MPES), que agora é cobrado pela sociedade para dar uma resposta rápida. Ladeira frisou que a população não aceitará que o caso seja abafado, ressaltando que o uso indevido de recursos públicos e o favorecimento de aliados não podem ser varridos para debaixo do tapete.
Impacto político
Se confirmadas, as acusações podem abrir caminho para uma série de ações civis e criminais, além de repercutir nas articulações políticas locais, sobretudo em ano pré-eleitoral. Escândalos desse tipo tendem a abalar a confiança da população na administração municipal e podem colocar em xeque a governabilidade do prefeito.