
Durante a sessão ordinária da Câmara Municipal de Vargem Alta, na tarde desta terça-feira (22), a vereadora Eliane Turini (PSB) denunciou um grave problema envolvendo o Hospital Padre Olívio (HPO). Segundo a parlamentar, a unidade se recusou a prestar atendimento ao ex-vereador Zezinho Demartini, de 80 anos, morador da comunidade de Boa Esperança, que precisou de socorro do Samu 192 na última semana. O hospital teria negado o atendimento sob a alegação de que não recebe pacientes encaminhados pelo Samu, conforme determinação da presidente da entidade, a médica Jaqueline Comarela Pim.
Com a recusa, a equipe do Samu precisou transferir o paciente para o Pronto Atendimento Municipal Octacílio do Carmo, no Centro de Vargem Alta, o que aumentou o tempo de atendimento em cerca de 20 minutos — intervalo que poderia ser crucial para a vida ou morte do paciente, que graças à atenção dos funcionários do Samu, está vivo.
Apurações do Portal Da Hora ES revelam que a negativa do HPO a pacientes encaminhados pelo Samu ocorre há pelo menos oito meses. Em algumas situações, funcionários do Samu chegaram a acionar a Polícia Militar para garantir o atendimento hospitalar.
A situação se agrava diante do fato de que o Hospital Padre Olívio recebe cerca de R$ 292 mil por mês da Prefeitura de Vargem Alta para prestar serviços de urgência, emergência 24 horas e internações à população — a mesma população que utiliza o serviço do Samu em momentos críticos.
Diante do cenário, a vereadora Eliane Turini informou que irá convocar a presidente do HPO para prestar esclarecimentos na Câmara Municipal.
Crise na saúde pública municipal
O caso expõe um panorama mais amplo de dificuldades enfrentadas pelos moradores de Vargem Alta no acesso à saúde pública. Entre os problemas relatados estão: falta de ambulância para socorrer pacientes quando o Samu está em outra ocorrência, veículos de transporte parados com defeitos, demora superior a um ano para marcação de exames e cirurgias, deslocamento de pacientes para outras cidades em busca de atendimentos simples, ausência de médicos especialistas e escassez de medicamentos na Farmácia Básica do município.
A reportagem tentou contato com a presidente do Hospital Padre Olívio, Jaqueline Comarela Pim, via WhatsApp, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
FONTE: DA HORA ES