
Das telinhas para a África, lagarto homem-aranha (Agama mwanzae) chama atenção por onde passa. Com coloração vermelha na cabeça e tons azulados pelo corpo, o réptil de 30 cm é conhecido como o representante do super-herói na natureza. A espécie é natural da Tanzânia e não é encontrada comumente no Brasil.
No entanto, nem todos os exemplares do animal são coloridos como o homem-aranha. As fêmeas da espécie têm cores totalmente diferentes e homogêneas, com tons mais puxados para o cinza. “A cor das fêmeas pode servir de defesa contra predadores, já que elas podem se camuflar no ambiente com mais facilidade que os machos”, revela o biólogo João Paulo Alencar, pesquisador da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Paulo.
Por outro lado, a diferença de cores também é vista como uma estratégia sexual entre os Agama mwanzae. Os tons chamativos chamam a atenção das fêmeas e ajudam os machos a encontrar um novo amor.
“Eles vivem em grupos sociais de cerca de 10 indivíduos, com um lagarto macho dominante mantendo um território. Normalmente, ele possui cores mais atraentes”, destaca a professora de biologia Luisa Meneghetti, do Colégio Marista de Brasília.
Cardápio do herói
Na hora de se alimentar, o cardápio dos lagartos heróis é reforçado. A espécie é insetívora, tendo uma dieta baseada em pequenos invertebrados, como formigas e insetos. Como são excelentes escaladores, eles conseguem capturar suas presas com mais facilidade.
“Ele é um insetívoro oportunista, capturando qualquer inseto que apareça em seu caminho. Frequentemente, podem ser vistos se alimentando de um enxame de formigas, que constituem a maior parte de sua dieta. Além disso, os machos adultos podem apresentar comportamento canibal, se alimentando de filhotes”, ensina a professora Luisa.
O animal mostra uma perspicácia impressionante, ficando à espreita nas rochas para atacar rapidamente gafanhotos e moscas. Outros estudos também observaram a presença de suculentas, ervas e flores em sua dieta.
Situação do lagarto homem-aranha
De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o lagarto homem-aranha não está ameaçado de extinção, com sua situação sendo classificada como “menos preocupante”, a categoria com menos risco entre todas. Mesmo assim, a perda de habitat e mudanças climáticas podem alterar o cenário futuramente.
“Em geral, mudanças climáticas representam um risco em potencial para répteis, uma vez que, como animais ectotérmicos – dependem das condições ambientais para regular a própria temperatura –, ficam mais vulneráveis a alterações no clima”, ressalta o pesquisador da UFABC.
Caso encontre um lagarto homem-aranha por aí, fique tranquilo. O réptil não é venenoso e não costuma atacar seres humanos. No entanto, é importante respeitar o espaço do animal para evitar acidentes.
FONTE: METROPOLES