O aumento das queixas de dor intensa e queimadura na pele entre pessoas acima dos 50 anos tem acendido um alerta entre médicos. O avanço da herpes-zóster, causada pela reativação do vírus da catapora, vem chamando atenção principalmente pela gravidade dos sintomas quando o tratamento não começa cedo. A condição pode deixar sequelas duradouras e, em casos mais raros, afetar nervos da face e comprometer a visão.
O geriatra Roni Mukamal, superintendente de Medicina Preventiva da MedSênior, explica que o vírus varicela-zoster permanece no organismo por toda a vida de quem já teve contato com ele, mesmo na infância. Com a queda natural da imunidade ao envelhecer, o vírus pode voltar à atividade e provocar dor intensa, formigamento ou queimação antes do aparecimento das lesões avermelhadas e bolhas que caracterizam a doença.
A dor persistente após a cicatrização, conhecida como neuralgia pós-herpética, é uma das principais preocupações. Esse tipo de inflamação nervosa pode durar meses e comprometer a qualidade de vida, sobretudo em idosos. Quando nervos da região do rosto são atingidos, há risco de complicações como paralisia facial e cegueira.
O uso de antivirais é mais eficaz quando iniciado nos primeiros dias, o que reforça a importância de reconhecer os primeiros sinais. Embora exista vacina disponível na rede privada, o imunizante ainda não faz parte do sistema público de saúde.
Mitos e verdades sobre a doença
A ideia de que a herpes-zóster acontece apenas em idosos é incorreta. Ela é mais frequente após os 50 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade, principalmente em pessoas com estresse elevado, doenças crônicas ou imunidade baixa.
Também não se trata da mesma infecção que provoca herpes labial ou genital. Apesar de pertencerem ao mesmo gênero, os vírus e comportamentos são distintos. A herpes simples atinge lábios e genitália, enquanto a zóster age nos nervos e na pele, com sintomas mais intensos e risco maior de dor prolongada.
Outro mito comum é acreditar que a doença ocorre uma única vez. Recorrências podem acontecer, e a vacinação ajuda a reduzir esse risco. Já é verdade que a dor pode permanecer mesmo após o fim das lesões, principalmente em idosos.
Embora o vírus possa ser transmitido, a doença não é altamente contagiosa. O contágio ocorre pelo contato direto com as lesões e atinge apenas pessoas que nunca tiveram catapora ou não foram vacinadas.
Fatores que aumentam o risco
Estresse prolongado, uso de corticoides, quimioterapia, diabetes, câncer e outras condições que reduzem a imunidade elevam as chances de reativação do vírus. Por isso, médicos reforçam a importância de atenção aos primeiros sintomas e da prevenção por meio da vacinação disponível na rede privada.
FONTE: ES 360
