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No primeiro dia de folia no Sambão do Povo, Gretchen encantou a plateia ao comandar a bateria da escola Independentes de Eucalipto. A rainha do rebolado mostrou simpatia, energia e muito samba no pé, atraindo os olhares dos foliões espalhados entre arquibancadas e camarotes.
Ao longo do dia, sete escolas desfilaram, abrindo e encerrando a programação com grande estilo. A Rosas de Ouro foi a primeira a invadir a avenida, enquanto a Pega do Samba encerrou as atividades com o nascer do sol. Confira a seguir como cada escola de samba marcou presença na avenida.
Rosas de Ouro
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Na sexta-feira (21), Vitória foi tomada por uma atmosfera de emoção e grandiosidade com a estreia dos desfiles. Com o enredo “No Horizonte Eu Te Vejo”, a Rosas de Ouro conduziu o público por uma viagem histórica, recontando a lenda do Casarão de Carapina. A poderosa Letícia Jesus, única mulher a ocupar o microfone oficial, liderou o samba com paixão e segurança, fazendo com que os presentes entoassem os versos marcantes do samba-enredo.
A comissão de frente, formada por 14 integrantes, encenou de forma mística a proteção das ruínas do Casarão, encantando o público com coreografias precisas. O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira também se destacou, simbolizando a rosa dourada em perfeita harmonia com a figura de um colibri, ressaltando a beleza e o simbolismo da narrativa.
A apresentação foi coroada pela impressionante alegoria que reproduziu o histórico imóvel, combinando elementos afro-indígenas e europeus. Sob o comando de Mestre Ramon Mathias, a bateria manteve um ritmo vibrante que fez a arquibancada sambar, encerrando o desfile com aplausos e emoção.
Império de Fátima
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A segunda escola a subir na avenida foi a Império de Fátima, que trouxe para o Sambão do Povo uma celebração da arte popular por meio do enredo “Arte popular na corte imperial”. Fundada em 2013 no Bairro de Fátima, a escola demonstrou sua garra e energia ao movimentar a avenida com cores vibrantes e muita animação.
Com cerca de 1.050 componentes, o desfile foi marcado pelo entusiasmo dos integrantes, que exibiram com orgulho as cores azul, branco e dourado. A emoção tomou conta do público, que acompanhou e cantou o refrão:
“Sou arte popular, faço o povo feliz. Fátima é minha raiz!”
Dois grandiosos carros alegóricos, acompanhados de dois tripés e um elemento cenográfico especial na comissão de frente, reforçaram o compromisso da escola com a cultura e a arte popular. O resultado foi um espetáculo marcante, repleto de alegria e tradição.
Mocidade da Praia
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Na madrugada de sábado (22), a Mocidade da Praia transformou o Sambão do Povo em um tributo emocionante a Alexandre Lima, um dos ícones da música capixaba, falecido em 2024. Com 1.000 componentes divididos em 16 alas, a escola integrou três carros alegóricos, um tripé e um pede passagem, homenageando o legado do cantor e vocalista da banda Mahnimal.
O desfile foi repleto de referências à trajetória de Alexandre Lima, desde sua juventude e influências musicais até o auge com a formação da banda Mahnimal, que revolucionou a cena cultural com o movimento “Rockongo”. Elementos como o tambor, a casaca e a guitarra ganharam vida na avenida, simbolizando os momentos mais marcantes de sua carreira.
Além disso, a bateria, denominada “Combatentes da Cidade” e composta por 150 integrantes, elevou a energia do público com um show de ritmo e paixão. A segunda alegoria, representando a “Galera da Ilha”, e a última, que trouxe o “Barco do Amor”, fecharam a homenagem com emoção e respeito, eternizando a memória de Alexandre Lima.
Independentes de Eucalipto
Com o enredo “Vem da cidade das águas, a delícia mundial, Linhares a terra do cacau!”, a Independentes de Eucalipto desfilou na sexta-feira (21) com 960 componentes distribuídos em 16 alas, dois carros alegóricos e dois tripés. A escola apresentou um verdadeiro mergulho na história e nas riquezas culturais e econômicas de Linhares, destacando suas belezas naturais e tradições.
Cada detalhe do desfile foi pensado para enaltecer a identidade local, desde as alegorias que recontaram a história da cidade até os elementos cenográficos que ressaltaram sua herança. A narrativa visual e sonora proporcionou uma experiência imersiva, conectando o público com a essência de Linhares.
Um dos grandes destaques foi a participação de Gretchen, que atuou como rainha da bateria. Com sua presença carismática e contagiante, ela elevou o espetáculo, garantindo momentos de pura magia e interação com a plateia, reafirmando seu status de ícone do Carnaval.
Andaraí
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A apresentação da Andaraí no Sambão do Povo foi uma noite de esplendor e emoção, com um mergulho na história do Mercado da Capixaba. Entrando como a quinta escola, a ala vestida em verde e rosa encantou o público com cores vibrantes e um enredo que valorizou a tradição capixaba. O desfile destacou a união entre passado e presente, trazendo à avenida uma celebração repleta de simbolismo.
Com 1.100 componentes organizados em 17 alas, a escola apresentou um espetáculo harmonioso e contagiante. A comissão de frente abriu o desfile com uma coreografia que fundia tradição e modernidade, enquanto as alas ilustravam a elegância da alta sociedade do passado e a ligação da cidade com o mar, simbolizada pelos “Marinheiros do Porto”. Essa narrativa visual reforçou o enredo “Mercado da Capixaba: A folia Verde e Rosa exalta a sua tradição”.
Entre os pontos altos, a bateria “Condutor do Bonde” pulsou com um ritmo empolgante, arrancando aplausos por onde passava. A alegoria homenageando a Rádio Espírito Santo, com elementos como vitrolas, arpas e um grande disco de vinil, reforçou a importância cultural do mercado. Com fantasias luxuosas, carros alegóricos elaborados e um samba-enredo vibrante, o desfile manteve o público envolvido do início ao fim.
Independentes de São Torquato
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A Independente de São Torquato subiu à avenida com o enredo “Em busca da sorte, quem não arrisca, não petisca. Vamos apostar!”, celebrando a era de ouro dos jogos no Brasil. Como a sexta escola a desfilar na primeira noite de Carnaval, a escola, que já conquistou cinco títulos, aposta em uma temática lúdica e nostálgica, convidando o público a reviver a magia dos jogos tradicionais.
Com 1.000 componentes distribuídos em 20 alas e 3 alegorias, o desfile trouxe uma explosão de cores e criatividade inspirada tanto nos jogos de tabuleiro quanto nos jogos de azar. Mesmo com a chuva no início, a energia da apresentação permaneceu inabalável, mantendo o entusiasmo da plateia e demonstrando a força da união e da festa no Sambão do Povo.
A performance colorida e animada da Independente de São Torquato transformou a avenida em um grande tabuleiro de surpresas, onde cada ala contava uma parte da história dos jogos. A descontração e a criatividade do desfile conquistaram o público, reafirmando o espírito festivo do Carnaval e a importância da ousadia para transformar desafios – como a chuva – em momentos de pura celebração.
Pega no Samba
Pega no Samba
Para encerrar os desfiles do Grupo A, já com o dia claro. a escola de samba Pega no Samba, do bairro Consolação, apresentou o enredo “Pembelê, Sereias de Zambi”, que narra a história de seres femininos, mitológicos e aquáticos, venerados há séculos no continente africano.
Neste ano, com 2 carros alegóricos, 3 tripés, 13 alas e 1.000 componentes, a escola desfilou com determinação para retornar ao Grupo Especial, oferecendo um espetáculo repleto de belezas e encantos que cativou o público.
Ao contar uma narrativa carregada de mistérios, a escola revelou o universo das mulheres das águas – “donas do mar, rainhas dos rios, soberanas em lagos e lagoas” –, seres poderosos, sagrados e místicos que habitam o mundo dos encantados.
FONTE: ES360