
Gaslighting é um padrão de manipulação psicológica que corrói a autoconfiança e a percepção da realidade da vítima.
Quem pratica essa forma de abuso costuma usar frases repetitivas e aparentemente inofensivas para enfraquecer o senso de lógica e a segurança emocional do outro.
Com o tempo, essas palavras afetam a forma como a vítima se vê, fazendo com que ela duvide até de suas memórias mais vívidas.
A psicóloga da Universidade de Harvard, Cortney Warren, alerta para a frequência com que essas frases surgem em relações abusivas, familiares ou até no ambiente de trabalho.
Quando identificadas, é possível desenvolver respostas assertivas, reafirmar limites e reconstruir o equilíbrio emocional.
“Você está exagerando”
Essa frase tenta anular a intensidade de uma emoção legítima. Ao dizer isso, o manipulador rebaixa a importância da dor da outra pessoa, dando a entender que ela está sendo desproporcional.
A vítima, aos poucos, se sente ridícula por reagir de forma natural a algo que a machuca.
Reagir dizendo “essa é a maneira como eu me senti” ajuda a preservar sua perspectiva. O sentimento é seu e não precisa ser validado por quem causou o desconforto.
“Você está sendo muito sensível”
Quando alguém tenta convencer você de que está reagindo com sensibilidade excessiva, o objetivo é deslegitimar sua dor. Essa estratégia força a vítima a duvidar da validade das próprias emoções, reduzindo sua voz na relação.
A resposta mais saudável é afirmar: “a forma como sinto é importante para mim, mesmo que não seja para você”. Isso devolve o protagonismo da emoção a quem realmente sente.
“Você está inventando coisas”
Dizer que a outra pessoa está inventando fatos é uma forma perversa de negar a realidade. É uma tentativa de apagar acontecimentos incômodos para o abusador, forçando a vítima a duvidar de sua própria memória.
Reagir com “sei o que vi e vivi” reforça a confiança em sua percepção e impede que o manipulador reescreva a história.
“Você está louca”
Acusar alguém de loucura é uma manobra agressiva para destruir sua credibilidade. Essa frase encerra qualquer possibilidade de diálogo ao desqualificar o interlocutor de forma ofensiva.
Uma resposta firme como “não vou aceitar ser tratada assim” é necessária para marcar um limite e deixar claro que esse tipo de ataque não será tolerado.
“Você está apenas tentando começar uma briga”
Essa expressão transforma um pedido de diálogo em ataque. Quem usa essa frase não está interessado em resolver conflitos, mas em invalidar qualquer tentativa de esclarecimento.
Dizer “estou buscando uma conversa, não um conflito” é uma maneira de recuperar o foco e não aceitar a inversão da realidade.
“Você precisa superar isso”
Com essa frase, o manipulador pressiona a vítima a ignorar sua dor, como se sentir fosse um problema. Ao invés de lidar com as consequências, ele tenta acelerar um processo emocional que precisa de tempo.
“Vou superar no meu ritmo” é uma resposta que devolve à vítima o controle sobre seus sentimentos e reafirma que o tempo da cura não pode ser imposto.
“Isso é coisa da sua cabeça”
Essa tática reforça a ideia de que a dor ou a percepção da vítima é fruto de imaginação. Serve para isolar a pessoa emocionalmente e impedir que confie no que vê ou sente.
Dizer “posso estar vendo de forma diferente, mas isso é real para mim” ajuda a restabelecer a confiança interna e desarma o manipulador.
“Você sempre estraga tudo”
Essa frase usa a generalização para destruir a autoestima. Em vez de tratar uma situação específica, ela transforma a vítima em culpada constante, fazendo com que se sinta um fardo.
A melhor resposta é: “não sou responsável por tudo que dá errado”. É essencial romper com essa narrativa de culpa contínua.
“Se você realmente me amasse, você…”
Essa chantagem emocional coloca o amor como condição para submissão. O manipulador usa essa frase para forçar a vítima a fazer algo contra sua vontade, sempre sob o pretexto de provar amor.
Responda com “meu amor não precisa ser testado dessa forma”. Isso mostra que o afeto verdadeiro não exige sacrifícios injustos.
FONTE: NST TOTAL