Frio aumenta risco de doenças cardíacas e respiratórias, alertam especialistas

A queda das temperaturas provoca alterações no organismo que favorecem o agravamento de condições crônicas, além de elevar a incidência de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVC)

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Com a chegada do inverno, estação que se inicia no próximo dia 20 de junho, os casos de doenças cardíacas e respiratórias tendem a aumentar significativamente. A queda das temperaturas provoca alterações no organismo que favorecem o agravamento de condições crônicas, além de elevar a incidência de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVC), pneumonias e crises de asma e bronquite. Segundo o Ministério da Saúde, há um aumento de até 30% nos atendimentos por eventos cardiovasculares durante os meses mais frios.

“O frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, o que aumenta a pressão arterial e o esforço do coração. Em pessoas que já têm fatores de risco, como hipertensão, colesterol elevado ou diabetes, isso pode ser o gatilho para um infarto ou um AVC”, explica o cardiologista André Cogo Dalmaschio.

Para reduzir os riscos, os especialistas recomendam medidas simples, como manter a vacinação em dia, evitar exposição ao frio intenso, manter ambientes arejados e higienizados, e reforçar a hidratação. Para pessoas com histórico de doenças cardiovasculares ou pulmonares, o acompanhamento médico regular e a adesão ao tratamento são indispensáveis.

“Muitas vezes, a dor no peito ou o mal-estar típico de um infarto é confundido com desconfortos comuns dessa época do ano. Por isso, é fundamental estar atento e buscar ajuda médica ao menor sinal de alerta. Manter hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, prática de atividade física adequada e controle do estresse, faz diferença também no inverno”, destaca Dalmaschio.

De forma preventiva, no período mais frio do ano, o médico orienta que pessoas com históricos de problemas cardíacos e a população mais idosa reforcem os cuidados para controle da pressão arterial, da glicose e do colesterol.

“Outro detalhe é que nos dias mais frios, as pessoas tendem a sentir menos sede e, portanto, a beber menos água. Longos períodos sem ingestão de líquido pode contribuir para um cenário em que o sangue fica mais espesso, portanto, é importante não descuidar da hidratação”, recomenda.

Sintomas respiratórios

Além disso, a maior circulação de vírus respiratórios, como influenza e vírus sincicial respiratório (VSR), somada à tendência de ambientes mais fechados e pouco ventilados, contribui para a disseminação de infecções, especialmente entre idosos e crianças. “O inverno é um período crítico para pacientes com doenças pulmonares crônicas, como a asma. O ar seco e frio irrita as vias aéreas, favorecendo crises e infecções respiratórias”, afirma a pneumologista Luiza Tatagiba.

A médica também destaca que o período mais frio costuma ser o de maior desenvolvimento de crises para os pacientes que sofrem de rinite, um quadro que pode ser o gatilho para outros problemas respiratórios. “Para esses pacientes, é interessante realizar lavagens nasais com soro fisiológico e manter as medicações indicadas pelo seu médico”, afirma Tatagiba.