
Três novas espécies de peixe-caracol foram encontradas por pesquisadores nas profundezas da Baía de Monterey, nos Estados Unidos. Entre os animais, um chamou a atenção pela aparência “fofa” e incomum: o peixe-caracol rugoso (Careproctus colliculi), que tem olhos azuis, pele enrugada e estruturas parecidas com uma barba.
Além do exemplar rugoso, foram achados o peixe-caracol-escuro (C. yanceyi) e o peixe-caracol elegante (Paraliparis em). As descobertas foram lideradas pela Universidade Estadual de Nova York, em parceria com o Monterey Bay Aquarium Research Institute (MBARI). O estudo foi publicado na revista científica Ichthyology & Herpetology no final de agosto.
Entre as mais de 400 espécies de peixes-caracol, várias delas vivem em regiões bem distintas, indo de áreas próximas à superfície até regiões abissais. Os novos exemplares foram encontrados entre 3.268 e 4.119 metros de profundidade. Todos fazem parte da família Liparidae.
Segundo a autora principal do estudo, Mackenzie Gerringer, os peixes-caracol ajudam os pesquisadores a investigar a evolução no oceano profundo dentro de uma mesma família.
“Ao comparar os que vivem em águas rasas com seus parentes que vivem em águas profundas, podemos entender melhor quais adaptações são necessárias para a vida no fundo do mar”, explica a professora de biologia da Universidade Estadual de Nova York em entrevista ao portal Live Science.
Características e preservação
Todos os peixes da espécie apresentam uma cabeça protuberante e estrutura corporal gelatinosa. Em entrevista ao portal IFL Science, Mackenzie explica que, para perceber quem está à sua volta, os peixes usam vibrações captadas pela água através das 22 raias-de-barbatanas espalhadas em seus corpos.
“Essas raias são muito importantes para a natação, principalmente para girar, mas também desempenham um papel na forma como o peixe percebe o ambiente ao redor”, afirma.
No entanto, o único peixe de cor rosada é o peixe-caracol rugoso, enquanto os outros possuem colorações bem mais escuras.

Os pesquisadores ressaltam a necessidade de preservar os ambientes marinhos em que vivem esses animais, visando estudar mais a fundo os atributos incomuns em uma mesma família. “Ainda temos muito a aprender sobre o nosso planeta”, finaliza Mackenzie.
FONTE: METROPOLES