Cachoeiro de Itapemirim alcançou nesta sexta-feira (12) um marco histórico: 86 dias consecutivos sem homicídios. A conquista foi celebrada em coletiva no Centro de Manutenção Urbana (CMU) com a presença do prefeito Theodorico Ferraço, vice-prefeito Júnior Corrêa, autoridades de segurança, vereadores e representantes da sociedade civil.

Mas a comemoração deu lugar a um tom de denúncia. Ferraço revelou que a prefeitura enfrenta uma dívida superior a R$ 120 milhões, herdada da gestão do ex-prefeito Victor Coelho (PSB). Segundo o prefeito, a maior parte do passivo decorre de um empréstimo de R$ 85 milhões contratado junto ao Banco do Brasil em 2022, com prazo de pagamento até 2034 e juros que consomem R$ 2,8 milhões mensais dos cofres públicos.

Ferraço rasgou o verbo, utilizando expressões como “propina” , “suborno” e “superfaturamento”. “Na nossa administração esse pessoal acostumado com isso não terá vez. E podem denunciar caso alguém da nossa gestão praticar ao desse formato de levar vantagens”, assinalou.

De acordo com Ferraço, o contrato previa investimentos em obras de mobilidade urbana e saneamento, mas parte dos recursos teria sido usada para custeio e pagamentos emergenciais, sem transparência. O prefeito cobrou publicamente esclarecimentos sobre o paradeiro de R$ 15 milhões do montante. “Cachoeiro não vai ficar mudo e sem prestar contas ao povo. Queremos saber o que aconteceu com os R$ 15 milhões. Para onde foi esse dinheiro?”, questionou, informando que o Ministério Público já solicitou documentos e abriu procedimento para apurar a aplicação dos recursos.

Ferraço prometeu manter a população informada sobre a situação fiscal do município e advertiu que o pagamento da dívida pode comprometer investimentos em saúde, educação e infraestrutura. “Nosso compromisso é com a verdade e com o povo de Cachoeiro. Tenho sido manso como a pomba e prudente como a serpente”, concluiu.

VEJA VÍDEO COM AS DENÚNCIAS

FONTE: REPÓRTER CIDA CAMPOS – OLHO NO OLHO

Imagens e Edição: Fabricio Simonato