Falece Irmã Maria Otília: Uma Vida Consagrada ao Amor

Com o coração enlutado, mas envolvido por uma imensa gratidão, a Diocese de Cachoeiro comunicou, o falecimento da Irmã Maria Joana Otília

Foto: Diocese de Cachoeiro de Itapemirim -

Com o coração enlutado, mas envolvido por uma imensa gratidão, a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim comunicou, com profunda emoção, o falecimento da querida Irmã Maria Joana Otília, nascida Sebastiana Rodrigues Valadão, que aos 91 anos de idade encerrou sua peregrinação terrena para abraçar, definitivamente, os braços do Pai.

Aqueles que conviveram com Irmã Otília sabem que a sua vida foi uma prece silenciosa, uma oferenda diária de cuidado, ternura e dedicação ao próximo. Seu olhar sereno, suas mãos incansáveis e seu coração sempre disponível foram reflexos de uma fé que não se limitava às palavras — mas que se expressava em gestos concretos de serviço, de amor e de presença.

Natural de Oliveira, Minas Gerais, nascida em 5 de outubro de 1933, filha de Francisco Machado Valadão e Ruth Rodrigues Flores, Irmã Otília foi batizada no dia 4 de novembro do mesmo ano e crismada na Catedral de Oliveira em 1936. Desde cedo, os sinais da vocação floresciam em seu coração, como quem já havia sido escolhida para algo maior.

Sua jornada religiosa começou em 1960, quando ingressou no Instituto das Irmãs de Jesus na Eucaristia (IJE), em Cachoeiro de Itapemirim/ES. Fez o postulantado com simplicidade e coragem, seguiu para o noviciado em Vila Velha/ES em 1961, professando seus votos temporários em 1963. Em 1969, selou sua entrega total com os votos perpétuos — um sim definitivo a Cristo e aos irmãos mais necessitados.

Foram inúmeras as missões assumidas por Irmã Otília ao longo da vida. Ela esteve presente em hospitais, casas de acolhida, pensionatos e comunidades, sempre com a mesma disposição amorosa e o mesmo olhar compassivo. Atuou no Hospital Silvio Avidos (Colatina/ES), na Casa da Criança em Oliveira, no Hospital Psiquiátrico de Barbacena/MG, na Santa Casa de Araxá e no hospital de Governador Valadares/MG.

Cuidava especialmente dos enfermos — os que sofrem no corpo e na alma — e ali, junto ao leito da dor, ela era alívio. Não apenas por suas mãos que serviam, mas pela espiritualidade que transbordava em cada gesto, pela palavra mansa que acalmava, pela fé que reanimava.

A partir de 1992, encontrou em Cachoeiro de Itapemirim sua morada definitiva de missão, tornando-se presença constante na Santa Casa, por meio da Pastoral dos Enfermos, e na comunidade do Colégio Cristo Rei, onde cuidava da recepção, da cozinha, e, sobretudo, das pessoas. Ela enxergava Deus em cada rosto — fosse um doente, um funcionário, uma criança ou um colega de congregação.

Sua vida foi feita de silêncios fecundos e palavras doces. De humildade verdadeira, de risos discretos, de orações constantes. Irmã Otília foi, durante décadas, um farol de amor e esperança para os que cruzaram seu caminho.

Hoje, choramos sua partida. Mas não com desespero — e sim com saudade. A saudade de quem amou e foi amado. A saudade de quem aprendeu com ela a servir com alegria, a perdoar com sinceridade, a viver com simplicidade e a confiar em Deus acima de tudo.

A eternidade, agora, a recebe. E nós, aqui, guardamos sua memória com reverência e carinho. Seu legado permanece entre nós como um perfume suave — invisível, mas inesquecível.

“Foste fiel no pouco, Irmã Otília… agora entra no gozo do teu Senhor.” (cf. Mt 25,23)

Que seu testemunho continue a inspirar vocações, a despertar corações e a lembrar a todos nós que o amor vivido no dia a dia é o mais precioso dos ministérios.

FONTE: DIOCESE DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM