
O médico Roberto Bastos e ex-vereador de Cachoeiro de Itapemirim-ES, que atuava como vice na direção do Hospital Padre Olívio (HPO), eleito junto com a Dra. Jackeline Comarela Pim pelo voto direto da comunidade, afirma ter sido afastado de forma irregular da função após solicitar prestação de contas da gestão.
“Nunca prestaram contas sobre o hospital e nem sobre essas dezenas de empresas terceirizadas ligada à presidente e sua família. Estou à disposição do Ministério Públicos e de qualquer instância para apuração e esclarecimentos dessa graves denúncias naquilo que presenciei. Esse pessoal se apossou do Hospital que pertence à comunidade de Vargem Alta através de alterações estatutárias que delegam poder a uma única família.”
Segundo ele, a confiança em Jackeline como gestora se deu pelo fato de ela ser médica de Vargem Alta, já que, por atuar em Cachoeiro e manter uma clínica movimentada, não teria disponibilidade para gerir diretamente o hospital, mas poderia colaborar com projetos, ideias e articulações políticas. Foi ele quem buscou apoio para a reabertura do centro cirúrgico, da maternidade e a captação de recursos junto a lideranças influentes.
No entanto, após garantir a chegada desses recursos, foi surpreendido com uma eleição interna não comunicada previamente, sem qualquer publicação oficial, em que a irmã de Jackeline foi escolhida para substituí-lo na vice-presidência, e o marido e o cunhado dela assumiram cargos de direção.
Após a mudança, surgiram episódios de grande repercussão, como a negativa de atendimento a um paciente do SAMU, denunciada pela vereadora Eliane Turini, além de relatos de irregularidades trabalhistas, pejotização e exigência de assinaturas em termos de confidencialidade.
Para o médico afastado, a forma como foi excluído do grupo é a prova de que não compactua com as práticas da atual gestão do HPO.
NOTA DE ESCLARECIMENTO DO MÉDICO ROBERTO BASTOS
Quando fui candidato a vice ao lado da Dra. Jackeline, fomos eleitos pelo voto direto da comunidade. Eu não a conhecia bem, apenas socialmente, já que minha esposa é de Vargem Alta, mas confiei nela como gestora por ser médica da cidade.
Como sou médico em Cachoeiro, com clínica própria e cirurgias, sabia que não teria tempo para a gestão direta do HPO, mas poderia contribuir com projetos, ideias e principalmente na busca de recursos. Tinha clareza dos caminhos para reabrir o centro cirúrgico, a maternidade e mobilizar apoio político, já que conheço muitas pessoas influentes.
De fato, depois de conseguir os recursos necessários e, quando solicitei prestação de contas, sofri um golpe. Fui retirado da função sem qualquer comunicação ou transparência. Houve uma eleição interna sem aviso, sem publicação em meio oficial, e, no meu lugar, colocaram a irmã da Dra. Jackeline, além de nomearem o marido e o cunhado dela como diretores.
Logo depois, ocorreram episódios graves, como a negativa de atendimento a um paciente do SAMU, que gerou denúncia da vereadora Eliane Turini, além do surgimento de diversas outras denúncias: trabalhistas, imposição de confidencialidade, pejotização, entre outras.
Minha expulsão por Jackeline Comarela Pim e seus familiares é, na verdade, um atestado de que não compactuo com as práticas deles e não faço parte desse grupo
MÉDICO ROBERTO BASTOS