
O ex-governador Paulo Hartung (PSD) vinha articulando um plano para retornar à cena política ocupando uma das duas vagas ao Senado em 2026. A estratégia incluía incentivar o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, a disputar o Palácio Anchieta, enquanto a vice Cris Samorini herdaria a prefeitura da capital, mantendo a influência hartunguista.
Com o comando do PSD e nomes como Aridelmo, Regis e Perini no secretariado de Vitória, Hartung parecia repetir o roteiro de 2014, quando derrotou Renato Casagrande.
Entretanto, o avanço de Euclério Sampaio (sem partido) mudou o tabuleiro. Reeleito prefeito de Cariacica com alta aprovação, apoiado por lideranças políticas, vangélicas e forças policiais, Euclério consolidou-se como nome natural ao Senado.
Seu perfil popular e de centro-direita esvazia as chances de Hartung, que vinha buscando costuras políticas, mas chegou a recuar de um encontro com Euclério após manifestações públicas de apoio ao prefeito.
Com a tendência de divisão das duas vagas – uma para a centro-esquerda e outra para a direita – o espaço para Hartung se estreita. O ex-governador, que já foi considerado um dos maiores estrategistas da política capixaba, vê sua ambição senatorial ameaçada por um fenômeno político fora do seu controle: Euclério Sampaio.
Além disso, matando Hartung, desequilibra os prefeitos da Grande Vitória e o próprio Sérgio Vidigal (PDT, ex-prefeito da Serra, que está sem ambiente político.