A maturação dos grãos de café é um dos fatores mais importantes para garantir produtividade e qualidade na lavoura. Para entender melhor esse processo e reduzir perdas na colheita, uma pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical (PPGAT) da Ufes analisou como a maturação interfere no acúmulo de matéria seca, macro e micronutrientes em fruto, grão e palha de seis genótipos da espécie Coffea canephora — também conhecida como café conilon ou robusta.

O estudo, intitulado Dinâmica do acúmulo de matéria seca e nutrientes em fruto, grão e palha de seis genótipos de Coffea canephora durante a maturação dos frutos, foi conduzido pelo pesquisador Henzo Salvador em seu mestrado, sob orientação do professor Fábio Partelli, do Ceunes/Ufes. As coletas foram feitas na Fazenda Experimental da Ufes, em São Mateus, a cada 14 dias, desde a 33ª semana após a floração até a maturação completa dos grãos, totalizando nove etapas de análise.

Os resultados mostraram que a taxa de acúmulo de matéria seca é inicialmente maior no fruto e depois na casca, atingindo os maiores valores quando as bagas estão vermelhas. A pesquisa também comprovou que a maturação influencia diretamente a concentração e o acúmulo de nutrientes, com destaque para os frutos totalmente maduros, que apresentaram as maiores concentrações.

De acordo com o professor Partelli, os dados ajudam a definir o momento ideal da colheita, diminuindo perdas e auxiliando no manejo da adubação. Embora seja inviável colher todos os grãos no estágio 100% maduro, os cafeicultores podem esperar um pouco mais para reduzir prejuízos e aumentar a produtividade.

A pesquisa, que começou ainda na graduação com um projeto de Iniciação Científica, evoluiu para o mestrado e já resultou em quatro artigos científicos publicados em revistas de impacto internacional e também em veículos voltados diretamente para produtores de café.

FONTE: MONTANHAS CAPIXABAS