
Dados do Censo 2022 do IBGE revelam que 470 crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos vivem em união conjugal no Espírito Santo. O número faz parte dos resultados preliminares do levantamento sobre nupcialidade e família, divulgados nesta quarta-feira (5).
No país, o total passa de 34 mil crianças e adolescentes nessa situação. Embora representem apenas 0,04% dos 90,3 milhões de brasileiros casados ou em união estável, os dados mostram que o casamento infantil ainda persiste.
No Estado, há mais de 245 mil crianças nessa faixa etária. Porém, 399 meninas e 71 meninos vivem como casados ou em união estável. Assim, a desigualdade de gênero aparece de forma evidente.
Os números também apontam diferenças entre os municípios da Grande Vitória. Vila Velha tem 38 crianças em união conjugal. Vitória tem 35, Serra tem 43 e Cariacica registra 62 casos.
A maioria das uniões envolve união estável, sem registro civil ou religioso. No Espírito Santo, são 416 casos nesse formato. Já os casamentos formais somam 54, sendo 51 no civil e religioso.
Por município
- Cariacica: 62 crianças em união conjugal
- Serra: 43 crianças
- Vila Velha: 38 crianças
- Vitória: 35 crianças
- Linhares: 33 crianças
- São Mateus: 30 crianças
- Ibatiba: 22 crianças
- Guarapari: 21 crianças
- Colatina: 19 crianças
- Alegre: 15 crianças
- Pedro Canário: 15 crianças
- Guaçuí: 13 crianças
- Itaguaçu: 13 crianças
- Pancas: 12 crianças
- Rio Bananal: 10 crianças
- Santa Maria de Jetibá: 10 crianças
- São Gabriel da Palha: 9 crianças
- Viana: 8 crianças
- Afonso Cláudio: 7 crianças
- Brejetuba: 7 crianças
- São Roque do Canaã: 7 crianças
- Marechal Floriano: 6 crianças
- Santa Leopoldina: 6 crianças
- São Domingos do Norte: 6 crianças
- Cachoeiro de Itapemirim: 5 crianças
- Conceição do Castelo: 4 crianças
- Dores do Rio Preto: 3 crianças
- Presidente Kennedy: 3 crianças
- Água Doce do Norte: 2 crianças
- Atílio Vivácqua: 2 crianças
- Fundão: 2 crianças
- Nova Venécia: 2 crianças
- Pinheiros: 2 crianças
- Baixo Guandu: 1 criança
No Brasil
A realidade segue a tendência nacional. Mais de 29 mil crianças brasileiras vivem em união estável e cerca de 4 mil estão casadas. No país, 86,6% das uniões entre crianças de 10 a 14 anos são consensuais. Ou seja, não passam pelo cartório ou pela igreja.
O Censo também mostra que, ao considerar adolescentes até 19 anos, o problema ganha maior dimensão. O Brasil tem 1,1 milhão de crianças e jovens de 10 a 19 anos vivendo como casados, a maioria em relações informais.
A legislação brasileira proíbe uniões com menores de 16 anos desde 2019. A regra busca evitar situações de violência sexual e casamento infantil, consideradas graves violações de direitos.
FONTE: ES 360