Por Cristiano Stefenoni

O que antes era apenas um negócio com futuro promissor, agora é uma realidade de sucesso. Em 2024, o Espírito Santo se tornou o quinto maior produtor de gás natural do Brasil, com 3,53 milhões de m³/dia, segundo o Anuário da Indústria do Petróleo e Gás Natural no Espírito Santo 2025, feito pelo Observatório da Indústria da Findes. Além disso, a entidade que representa a indústria capixaba revela que são mais de 30 mil empregos diretos e indiretos no setor de gás e óleo, que registra investimentos da ordem de R$ 20 bilhões até 2034, via Programa ES Mais+Gás.

Nos últimos anos, o Espírito Santo recebeu investimentos relevantes em exploração, produção e infraestrutura. A projeção do Anuário da Findes é de um crescimento médio anual de 10,4% na produção de gás natural entre 2024 e 2027, quando o volume deverá alcançar cerca de 4,9 milhões de m³/dia. No cenário entre 2024 e 2030, o crescimento médio anual projetado é de 0,3%.

“A Petrobras, a Brava Energia e a Prio vêm consolidando seu portfólio no Estado com novos campos e FPSOs, ampliando significativamente a produção local. Essa expansão reflete a retomada gradual de campos maduros, a eficiência da infraestrutura existente e a perspectiva de novos aportes. O Estado responde por, aproximadamente, 3,0% da produção nacional de gás”, afirma o presidente da Findes, Paulo Baraona.

De acordo com o executivo, o desempenho do setor é impulsionado por três fatores principais: infraestrutura consolidada, com a presença de gasodutos de transporte e distribuição, terminais portuários e unidades de processamento; novos investimentos em exploração e produção, explorando campos maduros e projetos de revitalização; e ambiente regulatório e institucional favorável, com segurança jurídica e apoio de políticas estaduais que fortalecem o setor de óleo e gás.

“Nos próximos cinco anos, o Espírito Santo vai se manter como um dos principais polos de gás do país, graças à ampliação da malha de gasodutos, ao desenvolvimento do mercado de gás – com a abertura regulatória e o estímulo a que novos agentes entrem no setor – e o avanço em projetos de descarbonização, em que o gás natural se posiciona como combustível estratégico de transição”, justifica Baraona.

Outras metas incluem a conexão de 30 novas indústrias e o desenvolvimento de corredores sustentáveis, abastecidos por gás natural, especialmente voltados para frotas pesadas, substituindo o diesel pelo gás natural e pelo biometano, combustíveis mais limpos e com menores emissões de gases de efeito estufa e material particulado.

Abertura do mercado livre de gás inaugura nova era no ES

O diretor-presidente da ES Gás, concessionária responsável pela distribuição do gás natural canalizado no Espírito Santo, Fabio Bertollo, aponta outro aspecto relevante dessa combinação de fatores estratégicos e estruturais que incentivam o crescimento expressivo do setor no Estado: “Um dos principais motores dessa evolução é a abertura do mercado livre de gás, que passou a contar com uma regulamentação mais favorável e tarifas mais competitivas, permitindo que empresas negociem diretamente com fornecedores e ampliem sua autonomia energética”, afirma Bertollo.

O CEO da ES Gás acrescenta que, em 2025, o setor de gás natural no Espírito Santo vive um momento de forte expansão e transformação. Segundo Fabio Bertollo, o estado se destaca nacionalmente por liderar o mercado livre de gás, com 82% do volume sendo negociado diretamente entre empresas e fornecedores — o que, em sua visão, demonstra um ambiente mais competitivo e dinâmico.

LEIA MAIS

O diretor-presidente enfatiza que a ES Gás prevê investimento adicional de R$ 1 bilhão até 2030 para ampliar a malha de distribuição para mais de 1.100 km, conectar cerca de 92 mil novos clientes e levar o serviço a cinco novos municípios. Desde sua criação, em 2019, a companhia já aplicou R$ 360 milhões, elevando a rede para 620 km e alcançando 82 mil clientes. Com o novo ciclo de aportes, o total investido entre 2019 e 2030 chegará a R$ 1,36 bilhão, permitindo que a rede ultrapasse 1.100 km e atenda cerca de 174 mil clientes.

Outro fator determinante é o volume de investimentos em infraestrutura, especialmente após a privatização da ES Gás, que viabilizou a expansão da rede e a interiorização do gás canalizado, levando o serviço a novos municípios e ampliando o número de consumidores atendidos. “Esses elementos, combinados, criam um ambiente propício para o crescimento sustentável do setor, com impactos positivos na competitividade industrial, na transição energética e na geração de empregos e renda no Estado”, ressalta Bertollo.

Ele lembra que o Estado lançou, em 2024, o Programa ES Mais+Gás, que visa a impulsionar o desenvolvimento econômico e sustentável do Espírito Santo com investimentos de R$ 20 bilhões até 2034 e a meta de ampliar a rede para mais 12 municípios, totalizando 26 atendidos. Outras metas incluem a conexão de 30 novas indústrias e o desenvolvimento de corredores sustentáveis, abastecidos por gás natural, especialmente voltados para frotas pesadas, substituindo o diesel pelo gás natural e pelo biometano, combustíveis mais limpos e com menores emissões.

“Estão previstos projetos estratégicos, como o desenvolvimento de corredores sustentáveis – com pontos de abastecimento para o transporte de cargas – e a injeção de biometano na rede. Esses avanços refletem o fortalecimento da cadeia produtiva do gás e também do compromisso com a transição energética, substituindo combustíveis fósseis por alternativas mais limpas. O Espírito Santo consolida sua posição como referência nacional em gás natural, com perspectivas promissoras para os próximos anos”, pontua.

Como consequência de tantos investimentos, há uma boa previsão na geração de emprego e renda. “A empregabilidade no setor de gás natural no Espírito Santo apresenta uma tendência positiva e crescente, impulsionada pelos investimentos previstos e pela expansão da infraestrutura energética no Estado. Desde que passou a integrar o Grupo Energisa, a ES Gás já multiplicou em quase 10 vezes o número de colaboradores próprios, em áreas administrativas, técnicas e operacionais, como gasistas, inspetores de rede, leituristas e operadores de controle”, conclui Bertollo.

Todas essas iniciativasrepresentam mais do que conquistas empresariais e governamentais: sinalizam que o Estado progride na direção certa, pavimentando um caminho de desenvolvimento sustentável, capaz de equilibrar crescimento econômico e responsabilidade ambiental.

FONTE: ES BRASIL