
Após a notícia da ex-BBB Laís Caldas ter engravidado utilizando anticoncepcional e Mounjaro, muita gente ligou o alerta para uma possível gestação inesperada.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Laís contou que “tomava anticoncepcional certinho”. No entanto, desde junho deste ano a agência britânica equivalente a Anvisa já tinha publicado um alerta sobre a possibilidade do Mounjaro diminuir a eficácia da pílula anticoncepcional oral.
De acordo com a médica ginecologista da Rede Meridional Ana Cristina Lacerda, o Mounjaro retarda o esvaziamento do estômago, podendo reduzir a eficácia dos medicamentos via oral, principalmente no ínicio do tratamento.
A médica ainda reforça que a alteração é preocupante porque pode reduzir a absorção de anticoncepcionais e antibióticos, prejudicando a ação dos medicamentos. A diminuição da absorção não está restrita ao anticoncepcional oral.
Quem utiliza outros métodos anticoncepcionais, como DIU, Impanon e adesivo, não precisa se preocupar. “Como não passam pelo estômago e intestino estes métodos não são afetados”, ressalta a médica.
“Acredito que não terá um “boom” [de gravidez] porque o comprometimento da eficácia é parcial, a medicação vai continuar efetiva na maior parte dos casos. Mas como as medicações para emagrecer estão sendo cada vez mais utilizadas, certamente haverá gestações não planejadas.”, finaliza a médica.
Alerta britânico
O alerta da agência reguladora britânica apareceu depois de um recebimento de relatos de gravidez inesperada de mulheres que utilizavam anticoncepcional e canetas emagrecedoras.
A agência passou a recomendar que mulheres que estejam fazendo tratamento com Mounjaro utilizem outros tipos de contraceptivos que não sejam os orais.
Apesar do pouco estudo, já foi divulgado que a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, reduz a quantidade de etinilestradiol, forma sintética do estrogênio presente nos anticoncepcionais orais, em até 20% na corrente sanguínea, prejudicando a capacidade do medicamento de suprimir a ação do sistema reprodutor.
Outro efeito colateral observado em medicamentos GLP-1 incluem vômitos e diarreias, que também diminuem o potencial de absorção dos medicamentos orais, incluindo os anticoncepcionais.
Além disso, outro fator é que a obesidade pode reduzir a fertilidade por conta de condições como o distúrbio hormonal. Ao utilizar os medicamentos de GLP-1, a pessoa perde peso e pode ter um aumento da fertilidade, aumento a probabilidade de gravidez, independentemente de usarem ou não anticoncepcionais orais.
FONTE: ES 360
