
O Dia Mundial do Câncer de Ovário, lembrado em 8 de maio, chama a atenção para a necessidade de ampliação das informações sobre os sintomas dessa doença. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil registra aproximadamente 7 mil novos casos da neoplasia por ano. Apesar de menos comum que outros tipos de cânceres ginecológicos, como o de colo do útero ou de mama, o câncer de ovário costuma ser diagnosticado em estágio mais avançado, principalmente devido ao diagnóstico tardio.
“O principal desafio está no fato de que os sintomas são inespecíficos e frequentemente confundidos com alterações gastrointestinais ou ginecológicas benignas”, explica a oncologista clínica Juliana Alvarenga. Entre os sinais de alerta, estão o inchaço abdominal persistente, dor pélvica ou abdominal, sensação de saciedade precoce ao se alimentar e alterações urinárias, como urgência ou aumento da frequência. A persistência desses sintomas por mais de duas semanas deve motivar uma investigação médica.
Ao contrário do câncer de mama ou do colo do útero, o câncer de ovário ainda não possui um exame de rastreio eficaz indicado para a população geral. “Não existe um exame específico que permita detectar a doença precocemente em mulheres assintomáticas. Por isso, é fundamental reconhecer os fatores de risco e estar atenta aos sinais do corpo”, reforça a especialista.
Entre os fatores de risco estão a idade (com maior incidência em mulheres acima dos 50 anos), histórico familiar de câncer de ovário ou de mama, mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 e o excesso de gordura corporal.

O tratamento do câncer de ovário costuma envolver cirurgia para remoção do tumor e dos órgãos afetados, associada à quimioterapia. “Nos últimos anos, tivemos avanços significativos com a chegada de terapias-alvo, que ajudam a controlar a doença e a melhorar a qualidade de vida das pacientes”, destaca Juliana Alvarenga. A escolha do tratamento depende do estágio da doença, da resposta do organismo e do perfil genético do tumor.
A oncologista reforça que, embora a doença tenha uma evolução silenciosa, a informação é uma poderosa aliada. “Conscientizar as mulheres sobre os sinais de alerta e incentivar consultas regulares ao ginecologista é o principal desafio e é o que pode, de fato, mudar o cenário do combate a essa neoplasia no Brasil”, conclui.