Preso nesta terça-feira (16/12) por suspeita de vazar uma operação da Polícia Federal (PF) contra o Comando Vermelho (CV), o desembargador Macário Ramos Júdice Neto havia reconhecido, em setembro, a ocorrência de falhas na ação contra o deputado TH Joias. Em sessão no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no entanto, ele atribuiu a responsabilidade às forças policiais.
“Por que que não foram apreendidos, certamente, dinheiro, armas? Porque vazou. A operação vazou. E não foi na Justiça Federal. Eu fui contra a execução dos mandados junto com a Polícia Civil. Não porque desconfio ou não confio na Polícia Civil. Porque depois que três ou quatro se reúnem vira comício. Eu fui absolutamente contra e adverti o Superintendente: Não faça essa operação em conjunto. E fizeram”, disse Macário à epoca.
Segundo a PF, Júdice Neto vazou informações sobre a operação contra o ex-deputado TH Joias em setembro, de acordo com mensagens que estariam no aparelho celular de Bacellar, apreendido durante sua prisão.
A Operação Unha e Carne investiga a atuação de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas que provocou a obstrução de outra apuração, realizada no âmbito da Operação Zargun, deflagrada em setembro.
Os policiais cumpriram um mandado de prisão e 10 de busca e apreensão, expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também há buscas no Espírito Santo.
TH Joias está preso por ligação com a facção Comando Vermelho.
“Tiveram dificuldade de prender o TH, porque a operação vazou. Então talvez essa seja a situação. Não encontraram armas, dinheiro. Depois das 18h do dia anterior da prisão, já sabiam”, disse o desembargador.
Para a PF, a postura do desembargador era uma estratégia imediata de “controle de danos”.
“Como uma espécie de seguro em relação aos atos que ele praticara dias antes”, frisou a PF.
FONTE: METROPOLES
