O Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, é um momento de reflexão e homenagem aos que já partiram.
Mas, ao redor do mundo, essa lembrança assume formas muito diferentes — de rituais espirituais na Indonésia a festivais coloridos no México, passando por tradições silenciosas e simbólicas no Japão.
Indonésia: o reencontro com os antepassados

Na Indonésia, especialmente na ilha de Sulawesi, ocorre o Ma’nene, um ritual impressionante e ancestral.
A cada três anos, famílias desenterram os corpos de seus entes queridos, limpam, vestem e penteiam os mortos com roupas novas, num gesto de profundo respeito.
Acredita-se que esse contato reforça o vínculo entre os vivos e os espíritos dos antepassados, que continuam a proteger a família.
É um momento de festa e devoção, não de tristeza.
México: a festa da vida e da morte

O Día de los Muertos, no México, é uma das celebrações mais conhecidas do mundo.
Com altares coloridos (as ofrendas) e caveiras decoradas (calaveras), as famílias recebem os espíritos com flores, velas e comidas favoritas.
A crença é que, durante esses dias, os mortos retornam para visitar os vivos — e são acolhidos com alegria e música.
A celebração foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.
Japão: o festival das lanternas
No Japão, o festival Obon, celebrado em agosto, tem um significado semelhante.
As famílias acendem lanternas flutuantes (tōrō nagashi) e as colocam nos rios, simbolizando o retorno das almas dos antepassados ao mundo espiritual.
Durante os dias do Obon, há danças tradicionais (Bon Odori), comidas típicas e orações nos templos budistas.

Brasil: o silêncio das flores
No Brasil, o Dia de Finados é vivido com respeito, flores e orações.
Milhares de pessoas visitam cemitérios para prestar homenagens, acender velas e rezar.
Embora mais sóbrio que em outros países, o momento carrega o mesmo propósito: manter viva a memória de quem partiu.

Conclusão
De festas coloridas a rituais silenciosos, o que une todas essas tradições é o amor pelos que já se foram.
Cada cultura transforma o luto em uma forma única de presença — lembrando que, no fim, a morte não é ausência, mas continuidade.