A iniciativa da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil contou com atividades que aproximaram o conteúdo da realidade dos municípios e teve apoio do Banco Mundial
O Programa Águas e Paisagem II realizou, nesta terça-feira (25), em formato híbrido, o Curso “Mulheres e Gestão de Riscos de Desastres – Integrando Perspectivas para Resiliência”, iniciativa promovida em parceria com a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (CEPDEC) e o Banco Mundial. A capacitação, com carga horária de oito horas, reuniu profissionais de defesa civil, gestores municipais, representantes de organizações sociais e líderes comunitários.
Ministrado pela consultora do Banco Mundial, Clarice Correa de Mendonça, o curso abordou como desigualdades de gênero, raça, etnia, deficiência e status social influenciam profundamente a preparação, a resposta e a recuperação de comunidades atingidas por desastres. A especialista ressaltou que compreender essas variáveis é indispensável para evitar que políticas públicas reproduzam vulnerabilidades históricas.
Durante a palestra, Clarice destacou que grupos responsáveis pelo cuidado — função exercida majoritariamente por mulheres — enfrentam impactos mais intensos após eventos extremos. “As pessoas que ficam por conta de cuidar e de atuar, realizar esses trabalhos, muitas vezes são impactadas diferentemente pelos prejuízos de um desastre, principalmente renda, perda de abrigo, vulnerabilidade, dificuldade de retomar atividades produtivas. E aí, quando a gente tem algum grupo que executa prioritariamente esse tipo de trabalho, esse grupo acaba ficando mais vulnerável após o desastre. Então é uma variável também para a gente”, disse.
O conteúdo programático foi dividido em cinco módulos, envolvendo desde conceitos introdutórios até estudos de caso, práticas de comunicação inclusiva, protocolos de segurança, intervenções sensíveis ao gênero e elaboração de planos de ação. Dinâmicas de grupo, simulações e exercícios práticos permitiram que os participantes avaliassem políticas existentes e construíssem propostas de melhoria com abordagem inclusiva.
A Consultora Social do Águas e Paisagem II, Sheyanne Fonseca, disse que o curso mostrou, na prática, como a integração da perspectiva de gênero fortalece a preparação e a resposta a emergências. “A formação, realizada com o apoio do Banco Mundial, foi dinâmica e participativa, com atividades que aproximaram o conteúdo da realidade dos municípios. Tivemos a presença de profissionais que atuam na Defesa Civil em diferentes regiões do estado, ampliando a troca de experiências e fortalecendo uma rede capaz de multiplicar esse conhecimento localmente. A capacitação contribuiu diretamente para melhorar as ações de prevenção, resposta e comunicação em desastres”, informou.
A capacitação reforça o compromisso do Governo do Estado e do Banco Mundial em fortalecer a resiliência comunitária, apoiar a atuação da Defesa Civil e promover ações que reduzam disparidades de gênero em cenários de risco, contribuindo para um Espírito Santo mais preparado e socialmente mais justo.
