
A segunda cirurgia do bebê José, que sofreu queimaduras no pé com apenas 10 horas de vida, foi adiada nesta segunda-feira (25). O recém-nascido está internado no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória, em Vitória, e recebeu apenas curativos no lugar do procedimento.Segundo a mãe, Sara Peisino Barbosa, os médicos explicaram que preferiram esperar para evitar riscos maiores. “Ele passou pela primeira cirurgia na sexta-feira (22), que foi o debridamento. Hoje, levaram novamente ao centro cirúrgico, mas decidiram não fazer. O cirurgião explicou que foi para ter mais cautela, evitando piorar a situação do pezinho em vez de melhorar”, contou.
Transferência para hospital especializado
José nasceu saudável no dia 19 de agosto no Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra. Contudo, poucas horas após o parto, sofreu queimaduras graves no pé dentro da unidade. No dia seguinte, foi transferido para o Hospital Infantil, referência em atendimento pediátrico, por ter mais recursos específicos.
“A equipe do Jayme nos transferiu alegando que no Hospital Infantil havia mais estrutura para o caso”, relatou Sara.
Como ocorreu o acidente
De acordo com a família, uma enfermeira aqueceu um pedaço de algodão em uma lâmina de brasa e colocou na meia do bebê, que vestia um macacão. José começou a chorar imediatamente. A avó percebeu cheiro de queimado, retirou a roupa e constatou as queimaduras graves.
O bebê havia sido colocado em um berço aquecido por estar com temperatura corporal levemente abaixo do ideal, situação considerada comum em recém-nascidos.
Investigações em andamento
O Hospital Dr. Jayme Santos Neves informou, em nota, que abriu um processo interno para apurar os fatos e prestou solidariedade à família.
O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também se posicionou. A Câmara Técnica Materno-Infantil ressaltou que não existe protocolo de enfermagem que recomende o uso de algodão úmido aquecido para controle da temperatura em recém-nascidos. “A estabilidade térmica deve ser garantida por incubadoras ou berços aquecidos”, destacou o conselho.
O Ministério Público Estadual (MPES) informou que acompanha o caso e aguarda os ofícios enviados às entidades de saúde. O órgão recebeu informações da Secretaria de Estado da Saúde de que o bebê responde bem ao tratamento e tem acompanhamento da equipe de cirurgia plástica.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), também abriu investigação. O inquérito segue sob sigilo devido ao envolvimento de menor de idade.
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Expectativa da família
Enquanto isso, Sara aguarda ansiosa pela recuperação do filho. “Quero levar meu filho para casa sem sequelas. Mesmo que leve um mês, só quero levá-lo bem. O médico me disse que vou precisar ter paciência. É angustiante, mas agora é esperar e torcer para que tudo dê certo”, desabafou.
FONTE: ES360