O Espírito Santo acaba de alcançar um marco histórico na área de ciência e tecnologia. A Cidade da Inovação, localizada no bairro Jardim da Penha, em Vitória, foi oficialmente reconhecida como o primeiro Parque Tecnológico do Estado. O projeto, idealizado e liderado pelo reitor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), Jadir Pela, foi classificado em primeiro lugar no edital nacional da Finep, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

A aprovação no edital “Parques Tecnológicos – 01/2024” garante recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e chancela a Cidade da Inovação como um ambiente estratégico para pesquisa, empreendedorismo e desenvolvimento tecnológico. Mais do que um título, trata-se de um selo de qualidade que posiciona o Espírito Santo no mapa da inovação nacional.

De galpões do IBC a polo de tecnologia

A história do projeto remonta a 2021, quando os antigos galpões do Instituto Brasileiro do Café (IBC) foram doados ao Ifes pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU). A transformação começou a tomar forma em 2023, com o aporte de R$ 5 milhões do Funcitec/MCI (Movimento Capixaba pela Inovação), permitindo o início do planejamento e da implantação do parque sob a coordenação do servidor Wagner Poltronieri Entringer.

Desde então, o espaço passou a reunir importantes estruturas de apoio à inovação, como o Polo de Inovação do Ifes, a Agência de Inovação (Agifes) e o escritório do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com a aprovação da Finep, a Cidade da Inovação dá um salto: deixa de ser apenas um centro promissor para se tornar, oficialmente, o Parque Tecnológico Cidade da Inovação (PTCI).

“Sempre enxergamos a Cidade da Inovação como um catalisador do desenvolvimento tecnológico do Espírito Santo. Esta conquista valida a visão que construímos e coloca o Ifes e o Estado em um novo patamar”, celebra o reitor Jadir Pela.

Um projeto construído a muitas mãos

A proposta do PTCI foi elaborada por uma equipe de excelência do Ifes, formada pelos professores e pesquisadores Douglas Almonfrey, Francisco José Casarim Rapchan e Lucas Poubel Timm do Carmo, com apoio decisivo da Agifes, responsável por articular a relação entre academia, mercado e setor público.

Para o pró-reitor de Extensão do Ifes, Lodovico Ortlieb Faria, o projeto marca o início de uma nova era:

“Estamos construindo um ecossistema onde conhecimento científico, desenvolvimento tecnológico e inovação convergem para gerar impactos reais na sociedade. Este é apenas o primeiro passo de uma jornada que posicionará o Espírito Santo como referência nacional e internacional.”

Potencial de transformação para todo o Estado

O Parque Tecnológico será uma plataforma colaborativa, com infraestrutura, governança e serviços voltados para o crescimento de startups, empresas inovadoras, pesquisadores e instituições de ensino. A ideia é conectar esses atores em um ambiente integrado, com capacidade de transformar ideias em produtos, pesquisas em soluções e inovação em desenvolvimento econômico.

Rodrigo Varejão, diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), destaca o ineditismo do feito:

“É a primeira vez que o Espírito Santo tem um projeto de parque tecnológico aprovado em um edital nacional. Isso fortalece nosso ecossistema e abre portas para um futuro promissor.”

O que é um Parque Tecnológico?

Segundo a Finep, um Parque Tecnológico é um espaço planejado para fomentar a inovação, integrando empresas, universidades e centros de pesquisa em um ambiente colaborativo. No caso capixaba, o Parque Tecnológico Cidade da Inovação funcionará como um grande guarda-chuva, reunindo e impulsionando todas as iniciativas de ciência, tecnologia e inovação do Estado.

A partir de agora, o Espírito Santo não apenas participa do debate nacional sobre inovação — ele se torna protagonista de um novo capítulo no desenvolvimento tecnológico brasileiro.

GALERIA DE FOTO: CIDADE DA INOVAÇÃO