
O chá das folhas da amoreira preta tem origem na Ásia, onde é consumido há séculos por suas propriedades medicinais. Além de ser valorizado pelo sabor suave, tem espaço na rotina de quem busca alternativas naturais para apoiar a saúde e o bem-estar.
A planta concentra compostos bioativos que atuam em diferentes funções do corpo, desde o equilíbrio hormonal até a digestão. Quando consumido de forma adequada, o chá pode trazer benefícios que incluem suporte ao sistema imunológico, auxílio no controle de glicemia e promoção de conforto durante a menopausa.
Como o chá de amora contribui para a saúde
O chá de amora é especialmente indicado para aliviar sintomas da menopausa, como ondas de calor e alterações de humor. Esse efeito positivo está ligado ao fitoestrógeno presente nas folhas da amoreira preta, um composto que atua de forma parecida ao estrogênio, contribuindo para o equilíbrio hormonal.
A bebida também ajuda a controlar a glicemia, reduzindo picos de açúcar no sangue após as refeições. A 1-desoxinojirimicina (DNJ), composto natural presente nas folhas das amoreiras, inibe a ação das enzimas responsáveis pela digestão dos carboidratos, o que diminui a absorção rápida de glicose e favorece níveis mais estáveis de açúcar no organismo.

O chá também apresenta propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que colaboram com a saúde cardiovascular e fortalecem o sistema imunológico. Vanessa Lopes, nutricionista e professora do curso de nutrição na Universidade Guarulhos (UNG), explica que existe diferença nutricional entre consumir a fruta e o chá feito das folhas.
“A fruta possui grande quantidade de fibras e vitaminas que contribuem para a melhora do trânsito intestinal e sistema imunológico, já as folhas apresentam maior concentração de compostos bioativos, como o fitoestrógeno que pode auxiliar no alívio dos sintomas da menopausa”, explica.
Principais benefícios do chá de amora
- Alívio de sintomas da menopausa e TPM.
- Controle da glicemia pós-refeições.
- Ação antioxidante e anti-inflamatória.
- Suporte à saúde cardiovascular.
- Melhora da digestão e regulação intestinal.
Modo de preparo do chá de amora
Para preparar o chá corretamente, utilize folhas secas da amoreira preta. A proporção recomendada é de três a cinco folhas para uma xícara de água (200 a 250 ml). A água deve ser aquecida até quase ferver, depois as folhas são adicionadas e a infusão deixada por 5 a 10 minutos. Em seguida, coe e sirva.
É importante não ultrapassar 10 minutos de infusão, para evitar sabor amargo e perda de nutrientes. Apenas as folhas são utilizadas, pois são elas que concentram os compostos bioativos. Lucas Alves, nutrólogo na clínica Nova Anália, em São Paulo, explica que o consumo do chá deve seguir algumas orientações para garantir segurança.
“Não há uma diretriz oficial para o consumo do chá, mas dados de segurança e de uso tradicional indicam que de uma a três xícaras por dia, cerca de 2 a 3 gramas de folhas por xícara, é uma faixa segura. Guias populares também costumam sugerir até três xícaras diárias”, esclarece.
Contraindicações do chá de amora
Embora o chá ofereça diversos benefícios, seu consumo exige atenção em alguns casos. Certos grupos de pessoas e situações específicas podem demandar cuidado para evitar riscos ou interações com medicamentos. Entre eles, destacam-se:
- Gestantes e lactantes: não há estudos suficientes que garantam a segurança do chá para mulheres grávidas ou que estão amamentando, por isso, é indicação é evitar neste período.
- Pessoas com alterações glicêmicas: indivíduos com diabetes ou propensão à hipoglicemia devem ter cautela, já que o chá pode interferir nos níveis de açúcar no sangue.
- Problemas renais ou hepáticos: quem apresenta doenças nos rins ou no fígado deve ter cuidado com sobrecargas nesses órgãos.
- Alergia: pessoas com histórico de alergia à fruta ou às folhas devem evitar o consumo do chá, pois podem ocorrer reações alérgicas, incluindo coceira, vermelhidão ou inchaço.
- Uso de medicamentos específicos: o chá pode interagir com alguns remédios, como anticoagulantes e medicamentos para diabetes.
- Excesso de consumo: ingerir mais de três xícaras ao dia pode causar efeitos gastrointestinais, como náuseas, diarreia ou constipação.
FONTE: METROPOLES