
Goiânia – O Ministério Público de Goiás (MPGO) devolveu o inquérito que investigava o caso Lázaro Barbosa e pediu mais informações à Polícia Civil. De acordo com o órgão, faltam “informações indispensáveis” no documento, no entanto, não foram detalhadas quais seriam elas.
Lázaro Barbosa foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), após fugas cinematográficas que duraram cerca de 20 dias, no Entorno do Distrito Federal.
O caso ocorreu em junho de 2021, mas o inquérito só foi concluído em setembro deste ano. De acordo com dados do Tribunal de Justiça de Goiás (GO), um mês após o recebimento do inquérito, houve uma movimentação no processo referente aos laudos de arma de fogo e confronto microbalístico.
Reabertura da investigação
- Em outubro, o MPGO pediu que a delegacia responsável pelo caso realizasse novas investigações.
- O órgão também soliciou que o Instituto de Criminalística do Instituto Médico Legal (IML) encaminhasse o laudo definitivo do exame cadavérico e de eficiência e confronto.
- O Metrópoles apurou que o material que investiga a conduta dos policiais militares envolvidos na captura do criminoso apresenta falhas graves, segundo avaliação do MPGO.
Reabertura do inquérito
Embora a Corregedoria da Polícia Militar de Goiás (PMGO) tenha concluído, em inquérito interno, que os agentes agiram em legítima defesa, o procedimento encaminhado à Polícia Civil de Goiás (PCGO) — e posteriormente ao MP — contém vícios de investigação.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o MP identificou ausência de diligências básicas, como a falta de oitiva de testemunhas e de depoimentos dos próprios policiais envolvidos. Também não constam no material laudos periciais essenciais, como o exame cadavérico de Lázaro Barbosa e o registro detalhado do local da morte.
Lázaro chegou a ser socorrido com vida antes de morrer no hospital, mas o inquérito não apresenta relatórios médicos completos.
Por decisão judicial em segredo de Justiça, o inquérito será reaberto. Entre as novas diligências determinadas estão o depoimento de policiais e familiares de Lázaro, além do fornecimento de imagens de câmeras de segurança da região onde ocorreu a captura.
A investigação ficará sob responsabilidade da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios, que deverá apresentar novo parecer em até 80 dias.
Pela morte de Lázaro, são investigados os policiais Edson Luis Souza Melo Rocha, Cleiton Pereira de Paula, Ronyeder Rogis Silva, Arivan Batista Arantes e Joubert Teodoro Alves.
Caso Lázaro
Lázaro Barbosa morreu em 28 de junho de 2021. Os policiais fizeram 125 disparos. A perícia localizou 14 projéteis no corpo do criminoso, apesar de ele ter sido atingido por 38 tiros.
O maníaco ficou 20 dias foragido, após assassinar brutalmente quatro pessoas da mesma família, em Ceilândia (DF). Em 9 de junho, Lázaro invadiu a chácara da família Vidal, matando Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos; Gustavo Marques Vidal, 21; e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. A mulher de Cláudio, Cleonice Marques de Andrade, 43, foi sequestrada.
O corpo dela foi encontrado três dias depois, a poucos metros da residência, com um tiro na cabeça e indícios de violência sexual.
FONTE: METROPOLES