
A capoeira é muito mais que um esporte: é uma expressão cultural que combina dança, música, luta e resistência, representando séculos de história afro-brasileira. Trazida ao Brasil pelos africanos escravizados, a prática surgiu como forma de defesa e preservação da identidade cultural desses povos durante o período da escravidão. Com o tempo, a capoeira evoluiu e se espalhou pelo país, tornando-se símbolo de resistência e liberdade.
Hoje, a capoeira é reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, sendo praticada nacional e internacionalmente. Além de sua importância histórica e cultural, oferece diversos benefícios físicos e sociais, desenvolvendo força, agilidade, coordenação, disciplina e promovendo integração social, respeito e valorização das tradições.
A música é um elemento central da capoeira, guiando os movimentos e o ritmo da roda. Os instrumentos tradicionais incluem:
- Berimbau: define o ritmo e o estilo do jogo, orientando velocidade e intensidade dos movimentos.
- Caxixi: chocalho de palha ou fibra com sementes, tocado junto ao berimbau, adicionando textura rítmica.
- Atabaque: tambor de origem africana que mantém a batida constante e dá energia à roda.
- Pandeiro: instrumento de percussão manual que adiciona ritmo e variações à música.
- Agogô: de metal ou coco, marca sinais rítmicos e indica mudanças de ritmo na roda.
- Reco-reco: instrumento de raspagem que complementa a bateria, enriquecendo a sonoridade.

Além da música, manifestações como Maculelê e Samba de Roda reforçam o vínculo da capoeira com a cultura afro-brasileira, tornando a prática também uma celebração da identidade e da herança cultural.
A capoeira também cumpre um importante papel educativo e social. Em muitas comunidades, projetos e escolas utilizam a arte para ensinar jovens, incentivar disciplina, prevenir violência e fortalecer autoestima, garantindo que a tradição seja passada para novas gerações.
Assim, a capoeira permanece um símbolo de resistência, liberdade e expressão cultural, mostrando que a história e as raízes do Brasil continuam vivas por meio dessa prática ancestral.