Capixaba é preso por liderar esquema nacional de golpes digitais

Segundo a polícia, a organização possuía dados de milhares de advogados em todo o país e atuava de forma coordenada a partir de Estados como Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina

Um homem de 29 anos, morador de Vila Velha (ES), foi preso na manhã desta quinta-feira (24) durante a terceira fase da Operação Falso Patrono, conduzida pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Ele é suspeito de fornecer documentos falsos e vender acessos a sistemas processuais usados por golpistas em fraudes digitais em todo o Brasil.

A prisão preventiva foi decretada após investigações do Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC/RS), que descobriu a atuação do capixaba em diversos esquemas, incluindo o golpe do falso advogado. Além da prisão, a polícia cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Vila Velha, com apoio da Polícia Civil do Espírito Santo.

De acordo com os delegados Eibert Moreira Neto e João Vitor Herédia, o investigado era um elo importante entre quadrilhas de estelionatários, vendendo logins de advogados, servidores e acessos aos sistemas judiciários por valores a partir de R$ 200. Segundo a polícia, ele chegava a realizar mil consultas por dia.

Durante a operação, um computador e um celular foram apreendidos e serão periciados. O suspeito já havia aparecido em outra investigação, relacionada à Operação Medici Umbra, que mirou uma quadrilha especializada em fraudes contra médicos gaúchos.

Além disso, o investigado mantinha uma gráfica clandestina e fabricava documentos falsos digitais e impressos, inclusive com papel moeda e carimbos oficiais. A companheira dele, presa em 2022 por falsificação, também é investigada. Ela possui um mandado em aberto por tráfico de drogas em São Paulo, mas não foi alvo da operação desta quinta.

GOLPES QUE UTILIZAVAM OS ACESSOS

No golpe do falso advogado, os criminosos se passavam por advogados ou funcionários do Judiciário para aplicar fraudes contra pessoas envolvidas em processos. Usando dados reais de processos judiciais, eles abordavam as vítimas com promessas de liberação de valores, como precatórios e indenizações, mediante pagamento de falsas taxas via Pix.

Segundo a polícia, a organização possuía dados de milhares de advogados em todo o país e atuava de forma coordenada a partir de Estados como Ceará, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina

Leticia Mendes
FONTE: DIREITO NEWS/ @GZHDIGITAL