
Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim manifesta profundo pesar pelo falecimento do sociólogo Michel Misse, ocorrido na manhã desta quinta-feira (14), aos 74 anos. Natural de Cachoeiro, Misse se tornou um dos mais importantes pesquisadores do país nas áreas de violência, criminalidade e segurança pública.
Professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele fundou, em 1999, o Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana (NECVU/UFRJ), que coordenou até 2023. Ao longo de sua carreira, contribuiu de forma significativa para a compreensão dos desafios da segurança pública no Brasil.
Em 2009, Michel Misse recebeu o título de Cachoeirense Ausente nº 1, a mais alta honraria concedida pelo município durante a Festa de Cachoeiro, em reconhecimento ao seu destaque nacional e à contribuição acadêmica.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Alexandre Maitan (União Brasil), lamentou a perda. “Michel Misse foi um orgulho para nossa cidade. Sua trajetória acadêmica e sua contribuição para o debate sobre segurança pública ultrapassaram fronteiras, mas ele nunca deixou de levar consigo o nome de Cachoeiro. É uma perda irreparável para a ciência e para todos nós”, afirmou.
A Câmara se solidariza com familiares, amigos e admiradores do sociólogo neste momento de dor.
Trajetória
Filho de imigrantes libaneses e nascido em Cachoeiro de Itapemirim (ES), Michel chegou ao Rio em 1967, aos 16 anos, para estudar. Em 1972, já aluno da UFRJ, acabou preso e torturado no Quartel do Exército da Barão de Mesquita, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Ele era, então, militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Mais tarde, em 1981, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
Michel Misse também escreveu vários livros. Entre as obras, se destacam “Malandros, marginais e vagabundos: a acumulação social da violência no Rio de Janeiro” (1999); “O Inquérito Policial no Brasil: Uma Pesquisa Empírica” (2010); e “O Estigma do Passivo Sexual” (1979).
O pesquisador ocupou cargos como a direção do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ (1990-1993) e a direção geral da editora UFRJ (2012-2019).
Apaixonado por carnaval de rua, Michel foi um dos criadores do bloco Maracangalha, que este ano fez o 24° desfile em Botafogo, na Zona Sul da cidade.
Michel deixa a companheira, a socióloga Joana Vargas, três filhos — André, Daniel e Michel Filho —, e os netos Laila e Antonio.
O corpo do sociólogo será velado nesta sexta-feira (15), no IFCS, no Centro do Rio, das 10h às 15h. Em seguida, será cremado em uma cerimônia reservada a familiares e amigos.
FONTE: CÂMARA MUNICIPAL DE CACHOEIRO