
A disparada dos preços do café não para na bolsa de Nova York. Nesta manhã, os lotes para março, os mais negociados, renovam as máximas históricas e sobem 1,5%, a US$ 3,5825 a libra-peso.
As projeções para a safra brasileira que será colhida neste ano pioraram. Em sua primeira estimativa sobre a safra brasileira de café em 2025/26, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma produção 51,8 milhões de sacas, o que representa uma redução de 4,4% em relação à temporada anterior.
Mas, na avaliação de Vicente Zotti, sócio da Pine Agronegócios, as previsões da estatal têm impacto limitado no movimento do café, que sentiu mais o peso das especulações na bolsa.
“O dado [da Conab] saiu às 9 da manhã de ontem. No início da tarde, o preço do café na bolsa estava até um pouco mais baixo que o valor do fechamento. Mas como o mercado está muito volátil, os especuladores usaram as projeções da Conab como justificativa para aumentar o número de posições compradas na bolsa”, destaca.
Zotti reconhece que os prognósticos para a safra brasileira são pessimistas, mas acrescenta que a especulação em torno do café pode deixar o mercado imprevisível.
“Estamos em um momento onde há muito agentes concentrados numa zona de sobre compra [de contratos de café]. Se continuar assim, em breve, não teremos mais o lado vendedor do mercado, e quando houver um movimento de correção a queda nos preços será abrupta e sem qualquer relação com os fundamentos atuais”, pontua.
Nesta quarta-feira, o Valor Econômico divulgou uma matéria explicando que esse aumento de preços do arábica tem feito as torrefadoras avaliarem o uso de mais conilon em seus blends.
Também em alta forte, os lotes de cacau para março valem US$ 11.640 a tonelada, 2,4% mais que no último fechamento.
E o açúcar demerara para março opera estável, a 19,23 centavos de dólar por libra-peso. A moagem de cana no Centro-Sul caiu 4,9% no acumulado da safra 2024/25. Com menos matéria-prima disponível, a produção de açúcar também registrou queda, de 5,5%.
No mercado do algodão, os papéis com a mesma data de entrega recuam 0,23%, para 66,52 centavos de dólar por libra-peso.