
Teve emoção, reviravoltas, lances de tirar o fôlego e gols marcantes. A final da Copa América Feminina 2025 entregou tudo o que se espera de uma decisão histórica — e talvez um pouco mais. Mesmo ficando atrás no placar por três vezes, a Seleção Brasileira feminina não se entregou. Com raça, técnica e a estrela de suas principais jogadoras, a equipe mostrou por que é uma potência do futebol sul-americano e protagonizou um jogo histórico contra a Colômbia, neste sábado (2), no Estádio Rodrigo Paz Delgado, em Quito. Após o empate por 4 a 4 no tempo normal e na prorrogação, o Brasil levou a melhor na disputa por pênaltis e garantiu seu nono título da Copa América Feminina, coroando uma campanha de superação e reafirmando sua hegemonia no continente.
Finalista em todas as dez edições do torneio, a Seleção soma agora conquistas em 1991, 1995, 1998, 2003, 2010, 2014, 2018, 2022 e 2025. Mais do que números, o título simboliza a força de uma geração que une experiência e juventude, com jogadoras como Amanda Gutierres e Gio Garbelini brilhando ao lado da eterna Marta, que marcou um golaço em sua última Copa América e levou a partida à prorrogação com um momento digno da sua lenda.
Essa foi a segunda vez que Brasil e Colômbia fizeram uma final de Copa América. Em 2022, a Seleção Brasileira conquistou o oitavo título ao derrotar a Colômbia por 1 a 0, com gol da atacante Debinha. Ao total, foram oito confrontos na competição, com seis vitórias para a Amarelinha e dois empates.
Com uma campanha avassaladora, a equipe comandada por Arthur Elias encerrou a fase de grupos invicta, liderando o Grupo B com 10 pontos — quatro vitórias e um empate. Goleou Bolívia (6 a 0), Uruguai (5 a 1, na semifinal) e Paraguai (4 a 1), além de vitórias sobre Venezuela (2 a 0) e empate com Argentina (1 a 1). Na decisão, a seleção mostrou maturidade e controle diante de uma Colômbia perigosa, que chegou embalada por uma campanha sólida e empurrada por uma geração talentosa liderada por Linda Caicedo.
O JOGO
Intensidade e forte disputa física, assim foi o início da final entre Brasil e Colômbia. A Colômbia tomou a iniciativa nos minutos iniciais, pressionando no ataque e mostrando superioridade. Aos 17 minutos, Linda Caicedo abriu o placar após bela troca de passes com Izquierdo e Mayra Ramírez, aproveitando falha da defesa brasileira para marcar livre diante de Lorena.
O Brasil respondeu e criou boas chances, como em lançamento de Kerolin para Gio Garbelini, mas esbarrou na sólida defesa colombiana. Aos 29, Mayra quase ampliou para a Colômbia, mas desperdiçou a chance frente a frente com Lorena. A tensão aumentou aos 39 minutos, quando Tarciane recebeu cartão amarelo após empurrão em Carolina Arias.
Nos acréscimos, o VAR entrou em ação após cabeçada de Carabalí em Gio Garbelini dentro da área. Pênalti confirmado. Angelina cobrou com categoria e empatou para o Brasil, encerrando o primeiro tempo em 1 a 1.
O segundo tempo, por sua vez, começou com o Brasil muito próximo da virada. Aos 2 minutos, Kerolin arriscou de fora da área e obrigou a goleira Kathe Tapia a fazer boa defesa no canto. No rebote, Gio Garbelini dividiu com a goleira e acertou a trave. O choque paralisou o jogo por alguns minutos, com atendimento médico a Tapia e outras duas jogadoras colombianas.
O Brasil dominava as ações até os 25 minutos, quando uma falha de comunicação custou caro. Tarciane recuou a bola para Lorena sem perceber a posição da goleira, e acabou marcando contra, colocando a Colômbia novamente em vantagem.
Mesmo com o golpe, o Brasil tentou reagir, mas sofreu para criar. Aos 28, Linda Caicedo teve a chance de ampliar, mas parou em boa defesa de Lorena. A seleção voltou a ganhar fôlego aos 35 minutos, quando Amanda Gutierres, artilheira da equipe, marcou seu sexto gol no torneio e deixou tudo igual.
Aos 42, porém, a Colômbia voltou a frente do placar em um contra-ataque letal. Linda Caicedo puxou a jogada pelo meio e serviu Mayra Ramírez, que marcou com categoria diante de Lorena: 3 a 2.
Mas ainda havia tempo para um momento histórico. Aos 50 minutos, na última Copa América de sua carreira, Marta brilhou. A camisa 10 aproveitou um rebote na entrada da área e acertou um chute perfeito no ângulo esquerdo, empatando a partida em 3 a 3 e levando a decisão para a prorrogação.
Decisiva até o fim, Marta voltou a ser protagonista na prorrogação. Aos 12 minutos do primeiro tempo extra, a camisa 10 apareceu livre na pequena área para completar, de pé direito, um cruzamento vindo da meia-esquerda e colocar o Brasil na frente pela primeira vez no jogo.
Foi o 204º gol de Marta com a camisa da Seleção Brasileira — o terceiro nesta edição da Copa América. Ela havia entrado em campo aos 36 minutos do segundo tempo e, mais uma vez, fez valer sua estrela em uma final.
Aos 9 minutos do segundo tempo da prorrogação, porém Leicy Santos voltou a empatar o jogo com um golaço de falta. A camisa 10 da Colômbia bateu com precisão e categoria, colocando a bola no ângulo direito de Lorena, sem chances para a goleira brasileira. O gol levou o confronto a um novo empate, selando o placar em 4 a 4 e empurrando a decisão do título para a disputa por pênaltis.
FONTE: O TEMPO