
Neste 8 de setembro, Dia Mundial da Alfabetização, o Brasil tem motivos para celebrar — e ainda mais razões para seguir trabalhando. Alfabetizar todas as crianças na idade certa, como recomenda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é uma urgência ética, social e econômica.
Os dados do Indicador Criança Alfabetizada (ICA) 2024, divulgados em julho, mostram um avanço histórico: pela primeira vez, 59,2% das crianças brasileiras estão alfabetizadas ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. Isso revela que o país está na direção certa, mas o desafio permanece. Precisamos acelerar o ritmo para garantir esse direito fundamental e eliminar o analfabetismo escolar.
O Indicador Criança Alfabetizada (ICA) funciona como uma verdadeira bússola: mostra os avanços alcançados, evidencia pontos de atenção e sinaliza os caminhos necessários para irmos mais longe. É um instrumento fundamental porque permite acompanhar se as crianças estão sendo alfabetizadas na idade certa.
O último trouxe boas notícias: 18 estados melhoraram seus resultados e 11 alcançaram as metas estipuladas pelo Inep/MEC. O que há em comum entre eles? Políticas de alfabetização construídas em regime de colaboração entre União, estados e municípios. A experiência desses estados mostram que políticas integradas, sistêmicas e consistentes são capazes de transformar a educação.
Mas os resultados também revelam fragilidades
Estados afetados por desastres climáticos, ou com maiores desafios estruturais, especialmente evidenciam a importância de políticas resilientes e adaptáveis.
Capitais e municípios têm mostrado que é possível mudar a rota. Ao todo, 1.141 municípios já alcançaram a meta prevista para 2030, de 80% das crianças alfabetizadas até os 7 anos. Essa conquista se espalha por todas as regiões do país: 25% dos municípios da região Sudeste, 19% dos municípios da região Nordeste, 35% dos municípios da região do Centro Oeste, 15% dos municípios da região Sul e apenas 2% dos municípios da região Norte, acendendo um alerta para a urgência de fortalecer as políticas públicas na região e ampliar a equidade no acesso à alfabetização em todo o país.
Para que o sucesso se torne realidade em todo o país, é essencial reduzir desigualdades
E falamos das regionais e também raciais. O Brasil só avançará de forma sustentável se conseguir enfrentar as profundas diferenças de aprendizagem entre crianças brancas, negras e indígenas. Isso exige a ação conjunta de gestores, educadores, sociedade civil e organizações do terceiro setor.
O Brasil ainda está distante de resolver por completo o desafio da alfabetização. Mas os dados apontam que encontramos a direção: colaboração, coordenação e compromisso com a aprendizagem de todas as crianças, em todas as salas de aula do país.
FONTE: EXAME