
Recém-nascidos que deveriam receber a vacina contra hepatite B na maternidade do Hospital Santa Cruz de Canoinhas, em Santa Catarina, foram medicados por engano com soro antiofídico, utilizado no tratamento de picadas de cobra. O caso, ocorrido entre os dias 9 e 11 de julho, foi confirmado pela própria unidade hospitalar e agora é alvo de uma sindicância interna. Nenhuma reação adversa foi registrada, segundo o hospital.
Em nota, o Hospital Santa Cruz de Canoinhas afirmou que a dose aplicada foi de apenas 0,5 ml, considerada segura pelas autoridades de saúde. Segundo a instituição, se fosse um caso real de envenenamento por serpente, a dose correta seria de 30 a 120 ml, conforme orientações do CIATOX (Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina) e do Instituto Butantan, fabricante do soro. O hospital também informou que os bebês permanecem estáveis e seguem sendo monitorados por uma equipe multidisciplinar.
A vacinação correta contra hepatite B foi realizada posteriormente nos recém-nascidos. O hospital afirma que todas as famílias estão recebendo acompanhamento e apoio.
A Secretaria Municipal de Saúde de Canoinhas também se manifestou sobre o caso. Em nota, informou que foi notificada oficialmente pela Regional de Saúde de Mafra na segunda-feira, e que a aplicação equivocada foi feita por profissionais do próprio hospital, sem envolvimento direto da equipe municipal.
A partir da notificação, a Vigilância Epidemiológica de Canoinhas passou a monitorar os recém-nascidos para garantir segurança e suporte técnico às famílias. “A Secretaria de Saúde segue atenta à situação e reforça seu compromisso em manter a população informada e os bebês assistidos com o cuidado necessário”, diz o comunicado.
Diante do ocorrido, a prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel, determinou nesta terça-feira a contratação de uma auditoria externa para investigar o atendimento e os protocolos adotados pelo Hospital Santa Cruz, que, embora seja uma instituição filantrópica, recebe recursos públicos municipais.