O Banco Central (BC) divulgou, nesta terça-feira (4), a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada e que decidiu pela alta de 1% na Selic, a taxa básica de juros. O documento aponta que os juros devem sofrer uma nova alta nos próximos meses, além de prever um cenário pessimista para a inflação, especialmente dos alimentos.
No documento, o colegiado formado por diretores do Banco Central cita que os preços dos alimentos tiveram alta significativa e que a tendência é que o cenário se mantenha nos próximos meses.
“Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, revela o documento.
Na última reunião, o Copom subiu a taxa básica de juros para 13,25%, alta de 1 ponto percentual. Na ocasião, o colegiado sinalizou que deverá realizar uma nova alta, de mesma magnitude, na próxima reunião, que acontece em março.
“Para além da próxima reunião, a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, diz a ata.
O mercado financeiro projeta que a Selic pode superar os 15% até meados de 2025, conforme revelado pelo boletim Focus. Caso esse cenário se confirme, o patamar dos juros pode chegar ao maior nível em quase duas décadas.
FONTE: Pedro Nascimento – ITATIAIA